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Saiba como ver o raro eclipse de ‘superlua azul de sangue’ a 31 de janeiro

É uma rara coincidência de fenómenos celestes que ficará visível no céu de algumas partes do mundo nesta quarta-feira (31): um eclipse total lunar, uma superlua, lua azul e a chamada lua de sangue.

Não será visível de Portugal, mas pode acompanhar tudo pela internet. Até porque segundo a NASA, o fenómeno fará do 31 de janeiro um dia “especial”.

“É a terceira de uma série de ‘superluas’, quando a Lua está mais perto da Terra em sua órbita – algo conhecido como perigeu – e cerca de 14% mais brilhante do que o normal”, diz o comunicado da agência espacial americana.

Neste 31 de janeiro, a Terra, o Sol e a Lua vão-se alinhar, provocando um eclipse lunar total. Na América do Norte, o eclipse será visível antes do amanhecer de 31 de janeiro. Também ficará visível na Ásia, Austrália, Nova Zelândia e no leste da Rússia. Mas não na maior parte da América do Sul, da África e da Europa Ocidental. É o caso de Portugal.

“É também a segunda lua cheia do mês, (fenómeno) conhecido como ‘lua azul’. E a superlua vai passar pela sombra da Terra, com um eclipse total. Enquanto a Lua estiver na sombra terrestre, terá um aspeto avermelhado, algo conhecido como ‘lua de sangue’.”

Os observadores do eclipse verão uma grande lua de cor avermelhada, a chamada “lua de sangue”. Isso, explicam os especialistas, deve-se ao efeito da atmosfera terrestre. “Quando a Lua está dentro da sombra da Terra, com o Sol completamente bloqueado da superfície lunar, os raios solares curvam-se ao passar pela atmosfera terrestre”, explica a NASA.

“A atmosfera age como uma lente e curva o raio a ponto dos nasceres e pores do sol (de luz vermelha e laranja) iluminarem a lua. Cada eclipse lunar é diferente. As cores variam de laranja claro ao (temporário) desaparecimento completo da Lua no céu.”

E trata-se de algo bastante raro: a última ocorrência de um eclipse total de “superlua azul de sangue” nos EUA foi há cerca de 150 anos, em março de 1866.

Mas o que é mesmo a superlua? O termo refere-se à lua cheia no ponto mais próximo na sua órbita ao redor da Terra. Essa proximidade faz com que a Lua aparente ter um tamanho maior.

“Quando a Lua aparenta de 10% a 15% maior, a mudança é considerável e visível a olho nu”, explicou à BBC Mundo Francisco Diego, professor de astronomia da University College London.

A superlua de 31 de janeiro será a terceira de algo que a NASA chamou de “trilogia de superluas”, já que essa ocorrência foi registada também a 3 de dezembro de 2017 e 1 de janeiro de 2018.

“A superlua será, além disso, a segunda lua cheia que teremos em janeiro”, afirma Diego. “Trata-se de um mês com duas luas cheias. Quando isso ocorre, é chamado de lua azul.”

A NASA transmitirá a raridade pela internet, pelo perfil @NASAMoon no Twitter e pelo site nasa.gov/live.

Imagens: NASA