Quatro meses depois da catástrofe de Pedrógão, Portugal volta a mergulhar no pesadelo das chamas. No domingo foram registados mais de 443 incêndios florestais, com vítimas mortais, e o Governo declarou estado de calamidade pública a norte do Tejo.
Ainda longe do balanço final, a Autoridade Nacional de Proteção Civil já confirmou seis mortes. Duas pessoas morreram em Penacova (distrito de Coimbra), uma na Sertã (distrito de Castelo Branco) e duas em Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra (uma das quais foi atropelada mortalmente na A25), enquanto a sexta vítima foi registada em Nelas (distrito de Viseu), sendo uma pessoa que estava dada como desaparecida.
O norte e o centro do país são as zonas mais atingidas e, às oito da manhã desta segunda-feira, a página da Proteção Civil apontava ainda 127 fogos, com quase seis mil operacionais no terreno.
O “pior dia do ano” apontam as autoridades e o povo não duvida. Nenhum distrito escapou, muitas estradas cortadas, casas e carros ardidos, comboios parados horas a fio, povoações cercadas, como se o Diabo andasse à solta.
Diretamente ou não, todos os portugueses sentiram-se atingidos ou, pelo menos, preocupados, inundando as redes sociais com alertas, inquietações e recados ao Governo para que se tomem medidas.
O comediante Diogo Faro comentou mesmo no Instagram de Madonna para chamar atenção, acreditando que “a única maneira de o Estado (e o país?) prestar verdadeiramente atenção aos incêndios era só se a Madonna fizesse um post sobre isso”. “Já fiz a minha parte”, escreveu.
Em Castelo de Paiva, o antigo presidente da Câmara Paulo Teixeira viveu horas de terror com a casa onde vive com a família cercada. De madrugada, continuavam “encurralados e sem meios”, sendo que por volta das sete da manhã apareceu “o primeiro carro de bombeiros”.
O medo saiu à rua no nosso país, mas também na vizinha Espanha, com a Galiza e Astúrias sob fogo, por isso Sara Carbonero também se manifestou solidária “com todas as vítimas destes terríveis incêndios”, além de dar “ânimo às pessoas que trabalham nestes momentos na extinção dos fogos”.
