Saúde & bem-estar

Longevidade dos pais influencia esperança de vida dos filhos

As pessoas cujos pais viveram mais de 70 anos têm uma esperança média de vida maior do que aquelas que perderam os pais mais cedo. Esta é a conclusão é de um estudo publicado na Journal of the Academy College of Cardiology.

De acordo com a Time, o estudo indica que a longevidade aumenta em 17% quando os pais vivem para lá dos 70 anos, sendo a idade dos progenitores um indicador da idade a que os filhos poderão chegar.

Para o estudo, os investigadores analisaram durante oito anos 186 mil pessoas e conseguiram concluir que aquelas cujos pais viveram mais anos foram as que apresentaram menos problemas cardíacos, menos pressão sanguínea, menor colesterol e ainda menor probabilidade de ter um derrame cerebral. O risco de cancro foi também menor nos participantes cujos pais viveram mais de 70 anos.

Em causa, pode estar o estilo de vida associado pelos pais que vivem mais tempo e que serve de exemplo para os filhos, contudo, o fator genético não pode ser negado e os fatores externos (como a cidade onde se vive, os níveis de poluição, stress, etc) também não, uma vez que interferem diretamente com a qualidade de vida das pessoas.

“Este é o maior estudo a mostrar o impacto do tempo de vida dos pais na longevidade dos filhos. Os nossos resultados são úteis também para pesquisas futuras, pois nos ajudará a prever a probabilidade de identificar e tratar pacientes a partir desse tipo de risco”, disse Janice Atkins da Universidade de Exeter, no Reino Unido, e principal autora do estudo.

George Kuchel, coautor do estudo e investigador do Centro de Envelhecimento da Universidade de Connecticut, diz que o envelhecimento em si já é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças crónicas, como as cardíacas, e essas descobertas destacam a importância do papel dos nossos pais no desenvolvimento dessas condições. “Conforme vamos entendendo melhor esses fatores, mais podemos ajudar a pessoas a envelhecerem bem”, destaca.

A mesma equipa de cientistas já havia publicado outro estudo no início deste ano, no jornal científico Aging, que mostrava que a maioria de pais que viveram muito tempo tinham maior probabilidade de ser portadores de genes que protegem contra diversas condições como hipertensão, sobrepeso, obesidade e diabetes tipo 1.