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Estudo diz que narcisismo nas crianças é culpa dos pais

Pais que supervalorizam seus filhos e acreditam que eles são “presentes de Deus” incentivam a que seja desenvolvido uma traço negativo na personalidade dos mais novos: narcisismo. Esta é a conclusão a que chegou um estudo, que avaliou 565 crianças, com idades compreendidas entre os 7 e os 11 anos, 415 mães e 290 pais, durante um ano.

As crianças foram questionadas sobre quanto amor e carinho recebiam de seus pais. Já aos pais foi perguntado o quanto acreditavam que os seus filhos eram mais especiais do que as outras crianças.

O resultado não deixa margem para dúvidas. Quando os pais supervalorizavam os seus filhos, dizendo-lhes que são mais especiais e tinham mais direitos do que os outros, essas crianças tinham maior propensão para desenvolver o narcisismo. “As crianças acreditam quando os seus pais dizem que elas são melhores que as outras. Isso pode não ser positivo nem para elas nem para a sociedade”, disse Brad Bushman, coautor do estudo e professor na Universidade do Estado de Ohio, nos Estados Unidos.

Eddie Brummelman, principal autor do estudo e pesquisador da Universidade de Amesterdão, na Holanda, disse que os pais supervalorizam os seus filhos com a melhor das intenções, no intuito de aumentar sua autoestima. “Entretanto, ao invés de criar um filho com autoestima elevada, pode criar um egoísta extremo”, salientou.

Segundo os especialistas, oferecer apoio e carinho às crianças é uma estratégia melhor que a de alimentar o ego. Filhos cujos pais demonstravam mais carinho e afeição apresentaram autoestima mais alta. “Enquanto que as pessoas com autoestima elevada se sentem bem consigo mesmas e pensam que são tão boas quanto as outras, as narcisistas acreditam que são melhores do que os demais”, sublinhou Bushman.

Porém, os pais não são os únicos culpados: “Algumas crianças têm mais propensão a tornarem-se narcisistas do que outras, em função de traços genéticos ou da sua própria personalidade. Quando seus pais as supervalorizam, eles apenas contribuem com essa pré-disposição”.

Brummelman deixou ainda um conselho aos pais: “Os pais podem expressar afeto e carinho para com as crianças. Sem dizer, porém, que elas são superiores ou têm direito a privilégios.”