Saúde & bem-estar

Preservação da fertilidade em mulheres com cancro com êxito global de 40%

Existem técnicas que permitem a preservação da fertilidade em mulheres com cancro, uma delas com êxito global a “rondar os 40%”.

Os riscos de infertilidade em mulheres com cancro variam “das drogas empregues” e da sua idade, sendo a quimioterapia o tratamento “mais agressivo para a fertilidade”, afirmou à “Lusa” o presidente do núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Carlos Oliveira, acrescentando que os riscos “são grandes” para as mulheres em idade fértil.

Face a esses riscos, o núcleo vai promover uma sessão sobre oncofertilidade no sábado de manhã, no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra, na qual pretende mostrar a importância e as possibilidades disponíveis da preservação da fertilidade para doentes oncológicos.

Na região Centro, foi criado em 2010 o Centro de Preservação da Fertilidade no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), tendo, até ao final de dezembro, preservado a fertilidade a 275 doentes oncológicos, 188 homens e 87 mulheres.

Esta “é uma nova forma de abordar a fertilidade” em doentes oncológicos, sendo necessário divulgar esta possibilidade junto dos doentes, mas também junto dos profissionais de saúde, sublinhou Carlos Oliveira.
A técnica da criopreservação de ovócitos, aplicada no centro do CHUC, apresenta “uma taxa de êxito global” que ronda os 40%, sendo também utilizada a criopreservação do tecido ovárico, que “ainda é uma técnica experimental”, não havendo ainda em Portugal nenhum bebé nascido a partir dessa técnica, que implica uma intervenção cirúrgica, informou.

“Os médicos estão a ser intensivamente informados daquilo que devem fazer para encaminhar os doentes para a preservação da fertilidade”, frisou Carlos Oliveira, considerando que esta é uma abordagem não apenas da doença “mas do doente na globalidade”.

A sessão vai contar com a participação de Ana Teresa Almeida Santos, diretora do Centro de Preservação da Fertilidade, e de Cristina Silva e Cláudia Melo, também daquele mesmo centro do CHUC, abordando-se questões como o risco da infertilidade ou o apoio à tomada de decisão.