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Perito forense contraria testemunho de Pistorius sobre uso de próteses

A primeira parte da audiência desta quarta-feira, dia 12, do julgamento de Oscar Pistorius centrou-se na versão do arguido de que tinha as suas próteses colocadas quando disparou sobre a porta da casa de banho onde estava a namorada e quando tentou deitar abaixo a porta da divisão. Um especialista forense da polícia sul-africana desmentiu a versão do atleta acusado de homicídio de Reeva Steenkamp.

Segundo a AFP, na sessão de julgamento, a porta da casa-de-banho da habitação de Pistorius foi colocada no meio do tribunal para uma reconstituição do que se passou a 14 de Fevereiro de 2013. De taco de cricket na mão, o coronel da polícia Johannes Vermuelen sustentou ser “irrefutável” a prova de que foi com este objeto que a porta foi danificada. O especialista forense mostrou depois as zonas da porta que indicam ter sido atingidas por uma pessoa com uma altura semelhante à de Pistorius sem as próteses (o atleta tem as duas pernas amputadas desde bebé). O polícia, citado pela Reuters, concluiu que os ângulos e as alturas das pancadas só poderiam ter sido feitas por alguém de estatura baixa.

Pistorius sempre afirmou que tudo foi um acidente e que apenas pretendia defender-se do que pensava ser um intruso, disse ter disparado por se sentir extremamente vulnerável no momento em que pensou que um estranho tinha entrado na sua casa. O arguido assegurou às autoridades que tinha as próteses colocadas antes de tentar deitar abaixo a porta da casa de banho.

O especialista forense discordou e argumentou que “as marcas na porta eram de facto consistentes” com a altura de Pistorius sem as pernas artificiais. “Suspeito que sejam similares à altura que tinha quando disparou”, reforçou o agente.

O advogado de defesa, Barry Roux, contra-argumentou que mesmo com as próteses, Pistorius não teria usado o taco à mesma altura que uma pessoa sem limitações nos membros inferiores.

Na sessão de julgamento de terça-feira, a defesa de Pistorius ouviu dois testemunhos que comprometeram o arguido: o de um amigo e o de uma ex-namorada. O amigo Darren Fresco afirmou que numa ocasião o arguido disparou acidentalmente no interior de um restaurante. Pistorius obrigou Darren a assumir a responsabilidade pelo disparo. “Pistorius pediu-me para dizer que tinha sido eu a disparar porque era o foco das atenções dos jornalistas naquela altura”, contou a testemunha. O incidente ocorreu meses depois de Pistorius se ter tornado no primeiro atleta duplo amputado a competir nos Jogos Olímpicos de Londres 2012.

Numa outra ocasião, um segundo disparo foi feito pelo sul-africano a partir do teto de abrir de um carro conduzido por Darren. O incidente deu-se depois de Pistorius ter sido interceptado pela polícia devido ao excesso de velocidade em que seguia a viatura. Além de Darren, também Samantha Taylor, uma ex-namorada do arguido, contou o mesmo episódio no banco das testemunhas.

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