Televisão

Andreia Teles: a nova vilã da TVI

A atriz, de 30 anos, serviu-se da experiência como manequim para construir a personagem Vitória Mendes, da novela “Destinos Cruzados”. À conversa com a Move, Andreia Teles revelou ainda como a maternidade mudou a sua vida.

Move – Quem é Vitória Mendes?
Andreia Teles –
 Ela não é boa pessoa e não vai encarar bem o fim da sua carreira de manequim. A Vitória é uma pessoa que viveu demasiado preocupada com a imagem e depois percebeu que, de facto, os anos passam e não há como combater os sinais da idade.

Move – Ela vai ter uma rivalidade com a enteada…
A.T. –
 Ela tem rivalidades com qualquer mulher que possa ocupar o lugar dela. Com a enteada é mais o facto de a Vitória nunca ter gostado dela, de a ter sustentado e no fim ela fica com o seu lugar. Mas isso vai acontecer mais para a frente. O que se passa com a Vitória é o que acontece com muitas mulheres. Ela não encara bem a nova fase da vida dela.

Move – Enquanto manequim conheceu pessoas como a Vitória?
A.T. – 
Sem querer dizer nomes, assisti a alguns casos de pessoas, embora não levados ao extremo da Vitória, que não conseguiram dar a carreira por terminada e não souberam ir saindo do mundo da moda. Pessoalmente, aproveitei bem a minha passagem pela moda e não faço com que essa fase perdure e se mantenha a todo o custo. Por isso, a construção da Vitória enquanto manequim foi muito fácil. Enquanto personalidade tive de fazer alguma pesquisa, porque ela vai ser uma pessoa muito adicta a álcool, drogas…

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Move – Como fez a transição da moda para a representação?
A.T. – 
Comecei aos poucos a afastar-me da moda, pois é normal surgirem pessoas novas. Pode viver-se da moda até aos 25 anos de idade, no que diz respeito a desfiles. Nunca senti um choque muito grande, porque fui deixando os desfiles e fui colmatando com anúncios publicitários. Depois tive uma passagem pela apresentação e achei que iria seguir nesse sentido. Porém, foi surgindo a oportunidade de fazer participações especiais em novelas e decidi fazer o workshop de representação da Plural e comecei a ficar com o “bichinho”. Este workshop começou a abrir portas e surgiu este casting para a personagem e consegui o papel.

Move – Além de ser manequim, teve outra atividade?
A.T. – 
Sempre trabalhei e tentei ter uma vida paralela. Na moda podem-se adquirir valores que não são reais, às vezes trabalha-se um ou dois dias e ganha-se o que muitas pessoas ganham num mês de trabalho. Portanto, fui tendo cuidado, mesmo a nível pessoal sempre fui tendo as minhas contas equilibradas. Tirei o curso de nutrição e o de terapia ayurvédica e pensei seguir essa área, mas sempre que arranjava algo surgia algum trabalho na moda e fui dando prioridade ao que me dava mais dinheiro. Por isso, esse lado, embora goste muito, acabou por ficar para trás.

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Move – Continua a viver entre Lisboa e Porto…
A.T. – 
Sou de Gaia e é aqui que considero ser a minha casa, não é a primeira vez que vivo entre as duas cidades. A nível de moda e de produção de catálogos contínuo a ter muito trabalho no Norte, mas claro que as oportunidades no mundo da televisão estão em Lisboa, sem dúvida.

Move – Depois de “Destinos cruzados”, vai continuar a apostar na representação?
A.T. –
 Ainda falta bastante para as gravações terminarem e a Vitória está a dar-me muito gozo. Mas sim, quero continuar a representar.
Move – Está a trabalhar num núcleo de atores com mais experiência. Como foi recebida?
A.T. – 
Têm sido todos maravilhosos, trabalho mais com o António Pedro Cerdeira, que é o marido da Vitória, o Virgílio Castelo… tem sido um privilégio muito grande trabalhar com eles. Têm sido muito generosos e pacientes. Quando acham que posso melhorar alguma coisa ajudam-me.

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Move – Como lida com a passagem do tempo? É a favor das cirurgias de estética?
A.T. –
 Lido muito bem com isso e sou completamente a favor das cirurgias. Tenho noção que se um dia mais tarde precisar recorro, embora pense que não teria coragem de fazer tratamentos muito evasivos, como uma lipoaspiração. Mas um retoque na cara para disfarçar umas rugas seria perfeitamente capaz de o fazer. Acho que, acima de tudo, as pessoas têm que se sentir bem e não tenho nada contra isso.

Move – Foi mãe há quase dois anos. O que mudou na sua vida com a maternidade?
A.T. – 
Qualquer mulher cresce muito depois de ser mãe. A nossa visão do mundo e a forma de estar na vida altera-se. Ter filhos é mais um motivo para no dia-a-dia lutar pelos nossos objetivos. Sem dúvida que me mudou, deixamos de ser tão egoístas e passamos a pensar mais nos outros.

Move – Como é a Mia?
A.T. –
 Ela é muito saudável e maravilhosa. A Mia é uma fonte de energia.

 

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Texto: Andreia Caturna Martins
Fotos: José Gageiro/Estúdio da baixa
Roupa: Maria Marcelino
Sapatos: Raspa
Joias: Eugénio Campos
Cabelos e maquilhagem: Mafalda Perfeito