Morreu esta terça-feira, aos 88 anos, Francisco Pinto Balsemão, ex-primeiro-ministro de Portugal nos anos 1980, fundador do PPD-PSD e do grupo Impresa, dono da SIC e do Expresso.
Figura central da política portuguesa e pioneira do universo jornalístico, foi também advogado e deixa uma marca indelével na democracia e no Portugal democrático.
Era também membro do Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República.
Foi condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem de Camões no dia 1 de setembro de 2025, dia em que completou 88 anos. A mais recente numa lista numerosa de prémios e distinções que recebeu ao longo da vida.
Em comunicado, o grupo de comunicação que fundou e liderou, informa que Francisco Pinto Balsemão morreu “de causas naturais” e que “os seus últimos momentos foram acompanhados pela família“.
Francisco Pinto Balsemão era o militante número um do PSD e foi um dos fundadores do partido, ao lado de Francisco Sá Carneiro. A notícia da sua morte foi transmitida pelo presidente do PSD, Luís Montenegro, durante o Conselho Nacional do partido.
Presidente da República evoca Francisco Pinto Balsemão
Na reação à morte de Pinto Balsemão, o Presidente da República, sublinha que Portugal perdeu “uma das personalidades mais marcantes dos últimos sessenta anos. Na política, na sociedade, na afirmação da liberdade de expressão e de imprensa“.
Numa nota publicada na página da presidência, Marcelo Rebelo de Sousa destaca o papel de Pinto Balsemão como “coautor dos projetos de revisão constitucional, lei de imprensa, lei de reunião e associação e lei de liberdade religiosas“, decisivo para “mudar o Portugal” entre o final dos anos 60 e o início dos anos 70.
O Chefe de Estado destaca os vários papéis desempenhados por Pinto Balsemão na política portuguesa, desde “parlamentar, governante, presidente do partido, primeiro-ministro“, destacando também que foi chefe de Governo “durante a revisão constitucional que pôs termo ao Conselho da Revolução, com a transição para a Democracia plena“.
Salientando também o seu papel na “afirmação da liberdade de expressão e de imprensa, militando contra a censura e o exame prévio, fundando o Expresso antes do 25 de Abril, criando um novo grande grupo de comunicação social“.
E já depois do 25 de Abril, ao elaborar “a primeira lei de imprensa democrática” e ao lançar a SIC, “revolucionando o que era a informação no final da ditadura e no início da Democracia“.
“Visionário, pioneiro, criativo, determinado, batalhador, democrata, social-democrata, europeísta e atlantista, esteve em quase todos os combates de meados dos anos sessenta até hoje“, salienta Marcelo Rebelo de Sousa Marcelo Rebelo de Sousa, concluindo que Portugal “nunca o esquecerá“.
Ver esta publicação no Instagram
