Saúde & bem-estar

Afinal não há diferenças entre o cérebro masculino e o feminino

Um estudo concluiu que não existe um cérebro masculino e outro feminino. A pesquisa, uma das mais abrangentes a comparar características do cérebro de homens e mulheres, mostra que nossos cérebros são um “mosaico” de características femininas e masculinas que, na sua maioria, se sobrepõem.

Segundo o estudo,  os cérebros humanos não podem ser caracterizados em duas categorias distintas, o que poderia levar a uma nova perspetiva para os estudos neurocientíficos e comportamentais, em que o género sexual deixaria de ser considerado para as comparações estatísticas.

Para chegar a essa conclusão, uma equipa internacional de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, do Instituto Max Planck, na Alemanha, e da Universidade de Zurique, na Alemanha, fizeram ressonâncias magnéticas de mais de 1.400 cérebros de homens e mulheres de 13 a 85 anos e, com as imagens, mediram o volume de matéria cinzenta (o tecido cerebral que contém o corpo das células nervosas) e matéria branca (formada pela fibras nervosas que transmitem os sinais neuronais pelo sistema nervoso), a quantidade de conexões neuronais e espessura do córtex cerebral.

Apesar de a maior parte das estruturas ser semelhante em homens e mulheres, os pesquisadores encontraram algumas diferenças – os homens, por exemplo, tendem a uma maior região associada às emoções mais primitivas, como raiva ou medo (amígdala), apesar de algumas mulheres também apresentarem essa característica e diversos cérebros masculinos apresentarem uma amígdala menor.

Além disso, os investigadores constataram que apenas entre 0 a 8% das pessoas tinha um cérebro “totalmente masculino” ou “totalmente feminino”, o que significa que a maioria das pessoas tem uma mistura de elementos “masculinos” e “femininos” nos seus cérebros.

“Cérebros com características apenas femininas ou masculinas são raros. Os nossos resultados mostram que, apesar de existirem diferenças relacionadas ao sexo no cérebro, eles não fazem parte de duas categorias distintas”, afirmaram os cientistas.