Saúde & bem-estar

Teve um bom São Valentim? Então leia isto

Sim, nós sabemos. O Dia dos Namorados pode ser um suplício, mesmo para quem tem par. Só o facto de ter de pensar numa surpresa, num jantar ou numa prenda especial já é suficiente para deixar qualquer um de nervos em franja.

E, a bem da verdade, se uma relação não estiver muito bem, então o São Valentim é fatal.

Portanto, se ficou a pensar que o seu 14 de fevereiro correu bem, é melhor ver isto. É que o ‘Business Insider’ perguntou a nove especialistas quais os sinais que indicam que a pessoa com quem estamos é a certa e se estamos num relacionamento saudável.

Eis o que responderam:

Passam o “Teste do Bar”
Uma boa maneira de perceber se está com a pessoa certa é levá-la a um bar e reparar no seu próprio comportamento nesta situação. Erika Ettin, conselheira amorosa e fundadora do site de encontros ‘A Little Nudge’, chama-lhe o “teste do bar”.

Eis como funciona, segundo Ettin. “Quando está num bar (ou restaurante) com o seu novo parceiro, fica a olhar em volta para ver quem mais lá está ou quem vos possa ver juntos? Ou está perfeitamente satisfeito com o seu parceiro, e quer que toda a gente naquele sítio repare que está com ele/ela?”

Caso a última opção seja a verdadeira, parabéns, o seu parceiro passou no teste. Se pelo contrário a situação o deixa paranóico, talvez esteja na altura de pensar se essa relação será mesmo a melhor para si e para o outro.

Não lhe colocam barreiras
A pessoa certa é aquela que consegue sentir-se genuinamente feliz pelos seus sucessos e não o restringe de os alcançar, explica a terapeuta e autora da obra ‘Healing from Hidden Abuse’, Shannon Thomas.

“A maior parte das relações pouco saudáveis incluem alguma forma de sabotagem de um dos parceiros. Namorar com alguém que esteja contente com a sua própria vida significa que também poderá estar feliz por si e ao seu lado”, diz.

Aceitam-no tal e qual como é
Se o seu parceiro o quer mudar de alguma forma, Tracy Malone, fundadora do ‘Narcissist Abuse Support’, aconselha-o a fugir o mais rápido possível.

“Se o seu parceiro o quiser mudar de alguma forma; ele/ela, não o está a aceitar por aquilo que é. Se isso acontecer, fuja. É sinal de uma pessoa controladora e que ele/ela nunca o vai tratar decentemente”, avisa.

A especialista defende ainda o papel da intuição na perceção do bem-estar da relação.

“Quando ouve o seu coração, sentirá se a pessoa com quem tem uma relação é a certa para si. Isto é conhecido como “intuição” – a mensagem do seu coração para si”, explica.

“Quando se sente bem, sente que o seu parceiro é paciente e verdadeiro, e o trata da mesma maneira em público e em casa, está no caminho certo”, remata.

Encaixam no cenário geral da sua vida
Imagine os vários cenários da sua vida. A sua cara-metade tem lugar neles? Se a resposta for sim, talvez já tenha encontrado o amor da sua vida, defende Holly Daniels, especialista em problemas amorosos, do centro de reabilitação Sober College, nos EUA.

“Um bom sinal de que alguém é a pessoa certa para si é se consegue imaginar essa pessoa a fazer parte de outras partes da sua vida, e não apenas a viver no microcosmo da relação”, diz.

“Pergunte a si mesmo: Ela dá-se bem com as outras pessoas presentes na minha vida? Eu dou-me bem com a sua família e amigos? Temos interesses mútuos e coisas que gostamos de fazer em conjunto que possam ser uma fonte de sustentabilidade numa relação? Se a resposta for sim, pode estar no caminho certo”, afirma Daniels.

Ouvem-no e prestam-lhe atenção
“Um dos sinais de que a pessoa com quem está poderá ser uma boa companheira é se ele ou ela demonstram um interesse genuíno pela sua vida e o ouvem com atenção quando fala”, explica Elinor Greenberg, psicóloga e autora do livro ‘Borderline, Narcissistic, and Schizoid Adaptations: The Pursuit of Love, Admiration, and Safety’.

Pelo contrário, se a pessoa com quem está não o deixa falar, não demonstra qualquer interesse pelos seus assuntos e o usa apenas como uma audiência para os seus problemas, talvez esteja na altura de lhe dizer adeus.

E, segundo Greenberg, quanto mais rápido melhor. “Se agora no inicio da relação não estão interessados, é provável que o estejam ainda menos mais tarde”.

Ficam felizes por si
Ter uma relação em que ambas as partes desejam a felicidade da outra é um grande ponto a favor, quando se trata de descobrir se encontrou o amor da sua vida, defende Laura VanderDrift, professora de psicologia na Syracuse University’s College of Arts and Sciences, nos EUA.

“Os casais que colocam os desejos e necessidades do parceiro ao nível ou acima das suas parecem lidar com compromissos, organizar prioridades e colaborar melhor que os casais que procuram os seus interesses individualmente”, refere a especialista.

Confortam-no quando está triste
Catenya McHenry, jornalista e autora do livro ‘Married to a Narcissist’, defende que uma das melhores formas de ver se está ou não com a pessoa certa para si reside na forma como ela o trata quando está triste, emocional ou a ter um mau dia no geral.

“São compassivos? São atenciosos? Param de fazer o que estavam a fazer para lhe dar atenção? Parecem distraídos quando expressa os seus sentimentos e, mais importante que tudo, sabem quando lhe dar simplesmente um abraço?”, pergunta a jornalista.

“Se o criticam por estar triste ou lhe dizem que o que sente é idiota e que está a reagir exageradamente, isso pode ser algo a ter em atenção – eles podem mostrar sinais de narcisismo”, explica.

“Mesmo que mais tarde chegue à conclusão de que estava a reagir exageradamente, saber que naquele momento estava a ser ouvido pode ser tão ou mais importante”.

Têm limites
Para a psicóloga Perpetua Neo, uma pessoa ter limites é sinal de que consegue comunicar quanto está infeliz ou desagradada, e não se deixa simplesmente levar por estes sentimentos.

“Quando estamos infelizes e não dizemos nada, o nosso ressentimento cresce e ferve”, defende Neo, criadora do programa ‘Detox Your Heart’.

“Em relações saudáveis, o crescimento é muito importante, geralmente para a mesma direção, por isso o casal deve ser capaz de ter discussões, conflitos e pontos de desentendimento sem se matarem um ao outro”, diz.

Preferivelmente, é uma oportunidade para dizer ‘isto é como o teu cérebro funciona, isto é como eu me sinto e conseguimos aprender um com o outro nesta situação, e crescer na mesma direção, com os nossos próprios saberes e falhas'”.

Têm mais coisas boas que más
Embora o coração tenda sempre a imaginar o outro enquanto perfeito, é sempre útil manter viva a ideia de que a perfeição é um mito. Por outras palavras, a sua cara-metade e a sua relação podem, naturalmente, ter coisas desagradáveis.

Jonathan Marshall, psicoterapeuta e conselheiro executivo, defende que mesmo que pensar nisso seja difícil, é um exercício importante para a manutenção de uma relação.

“Talvez soe um pouco cruel, mas no nevoeiro do amor abandonamos essa voz [de que algo nos desagrada], porque a outra pessoa se torna rapidamente perfeita”, explica.

“Pergunte-se a si próprio e dê permissão a si mesmo para considerar essas outras coisas [desagradáveis]. Tal poderá recuperar a sua intuição e o seu bom senso, embora possa não ser confortável”.

“Há dez coisas de que não gosta tanto, mas existem mil que adora. Ainda bem, continue a adorá-las”, diz Marshall. O importante é que as coisas boas da relação superem as más.

Foto: Instagram/The Shops at Park Lane