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Príncipe Henrik da Dinamarca morre em casa

O príncipe Henrik da Dinamarca, marido da rainha Margarida, morreu na terça-feira, aos 83 anos, na sequência de uma infeção respiratória, anunciou a Casa Real deste país escandinavo.

Henrik, que viveu sempre com a desilusão de não ter o título de rei, vai agora quebrar com a sua morte uma tradição com mais de 450 anos: não será sepultado ao lado da sua mulher, a rainha Margarida. Uma decisão que anunciou como forma de protesto por só lhe ter sido atribuído o título de príncipe-consorte.

“Sua Alteza Real, o Príncipe Henrique, morreu na terça-feira, 13 de fevereiro, às 23h18 no Castelo de Fredensborg”, uma residência real localizada a cerca de quarenta quilómetros de Copenhaga, anunciou em comunicado a Casa Real dinamarquesa.

O príncipe-consorte, de origem francesa, tinha sido obrigado a interromper as férias no Egito para regressar a Copenhaga, onde foi internado, a 28 de janeiro, com uma infeção respiratória. Após vários exames foi descoberto que tinha um tumor benigno no pulmão esquerdo. Henrik já estava retirado do serviço público desde 2016, um ano antes de lhe ter sido diagnosticada demência.

O príncipe da Dinamarca nasceu em Talence, perto de Bordéus e foi batizado com o nome Henri Marie Jean André de Laborde de Monpezat.

Filho de um empresário com negócios na Ásia, estudou Direito e Ciência Política, na Sorbonne, em Paris. Em 1963, depois de ter servido o exército francês na Guerra da Argélia, foi trabalhar como secretário da embaixada francesa em Londres, onde esteve até 1967.

No mesmo ano casou-se com Margarida, a herdeira ao trono dinamarquês na escola naval de Copenhaga, que viria a tornar-se rainha em 1972.

Contudo, o título real de príncipe Henrique nunca foi mudado para rei. Henrik nunca escondeu o seu desapontamento por não ser considerado rei, tendo revelado em agosto do ano passado que se recusava a ser sepultado ao lado da rainha por nunca ter sido considerado seu igual.

Com este protesto, Henrik — que deixa dois filhos, o príncipe herdeiro Frederik e o príncipe Joachim — quebra a tradição dinamarquesa de sepultar juntos os casais reais na catedral de Roskilde, a oeste de Copenhaga. Ainda não é sabido onde o príncipe será enterrado.