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Diogo Piçarra acusado de plágio: “A minha consciência está tranquila”

Foi o vencedor da segunda semifinal, reunindo consenso entre o júri e o público em casa, e a sua “Canção do Fim” já está nas tendências do Youtube esta segunda-feira. Ou seja, é dos vídeos mais vistos naquela plataforma em terras lusas.

É um dos favoritos à vitória na grande final, se o júri regional não lhe trocar as voltas, mas agora sofre acusações de plágio.

Como tudo nesta vida, já se tornou viral na internet. Dizem que “Canção do Fim” é semelhante ao tema “Abre os meus olhos” do pastor brasileiro Walter.

O link da música, inserida no Volume II do álbum “Cânticos do Reino”, da Igreja Universal do Reino de Deus, já foi partilhado mais vezes esta segunda-feira do que provavelmente em toda a sua existência.

E tendo em conta que foi partilhado no Youtube em 2011 e tinha poucas visualizações, acabou por chegar hoje às milhares.

E Diogo Piçarra respondeu em comunicado.

“A simplicidade tem destas coisas e só quem não cria arte é que nunca estará nesta posição. Faz parte da vida de um compositor e é algo que todos nós iremos “sofrer” a vida toda.

A ideia para a “Canção do Fim” surgiu em 2016, juntamente com muitas outras do meu mais recente disco “do=s”. Mantive-a guardada por achar algo especial, no entanto, a sua simplicidade e a sua progressão de acordes não é algo que não tenha sido inventado, tal como tudo na música.

E é engraçado como a vida tem destas coisas, coincidência divina ou não, e perceber que a Internet é o verdadeiro juíz dos tempos modernos. Aclama mas também destrói.

A minha consciência está tranquila na medida em que eu próprio sou quem está mais surpreendido no meio disto tudo: nasci em 1990, não sou crente nem religioso, e agora descobrir que uma música evangélica de 1979 da Igreja Universal do Reino de Deus se assemelha a algo que tu criaste, é algo espantoso e no mínimo irónico. Desconhecia por completo o tema e continuarei a defender a minha música por acreditar que foi criada sem segundas intenções.

Como disse, a simplicidade tem destas coisas, e as melodias na música não são ilimitadas. Nunca participaria num concurso nacional com a consciência de que estava a plagiar uma música da Igreja Universal. Teria agarrado na guitarra e feito outra coisa qualquer.

Afinal as pessoas “quando olham, vêem tudo”, no entanto, só o lado mau que procuram destruir. Mas, infelizmente, informo que isso nunca acontecerá.

Obrigado a esta família gigante que me apoia sempre ❤?”

Isto tudo numa altura em que Diogo Piçarra piscava os olhos à internacionalização, ou à Eurovisão, caso seja o representante português.

É que o próprio partilhou a letra que escreveu, quer na versão portuguesa, quer na inglesa.

Menos sorte teve no sorteio para a grande final. Será o segundo a atuar e, se tivermos em conta que aquela posição é a que todos temem na Eurovisão (nunca nenhuma canção apresentada em segundo lugar no alinhamento venceu o certame europeu), poderá tremer um pouco.

Ainda assim, isso é um pouco indiferente para o júri, que ouve as músicas as vezes que quiser e quando quiser.

O sorteio foi transmitido em direto na RTP Play pela Antena1 e partilhado também no Instagram do Festival da Canção.

E este é o alinhamento da grande final do Festival da Canção de 4 de março:
Canção n.º1: Sem Medo – Rui David
Canção n.º2: Canção do Fim – Diogo Piçarra
Canção n.º3: Sunset – Peter Serrado
Canção n.º4: Zero a Zero – Joana Espadinha
Canção n.º5: O Voo das Cegonhas – Lili
Canção n.º6: Para Sorrir eu Não Preciso de Nada – Catarina Miranda
Canção n.º7: Anda Estragar-me os Planos – Joana Barra Vaz
Canção n.º8: Amor Veloz – David Pessoa
Canção n.º9: Patati Patata – Minnie & Rhayra
Canção n.º10: (sem título) – Janeiro
Canção n.º11: Bandeira Azul – Maria Inês Paris
Canção n.º12: Para te dar Abrigo – Anabela
Canção n.º13: O Jardim – Cláudia Pascoal
Canção n.º14: Só por Ela – Peu Madureira

Nesse domingo a RTP, Filomena Cautela, Pedro Fernandes e Inês Lopes Gonçalves rumam a Guimarães para transmitir o evento.

Para além das atuações das músicas finalistas, farão também parte do espetáculo homenagens a Simone de Oliveira e às Doce.

Imagens: RTP, Youtube e Instagram