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Atriz da Globo revela que sofre de esclerose múltipla

Foi precisamente na altura em que gravava a novela brasileira ‘Caminho das Índias’, da autoria de Glória Perez e transmitida em 2009, que o diagnóstico foi feito. No entanto só este domingo, ou seja nove anos depois, é que Ana Beatriz Nogueira decidiu contar ao mundo que tem esclerose múltipla.

“Achei que era o fim. Fiquei dois meses de cama, me senti debilitada”, disse, referindo-se ao momento em que soube que tinha a doença.

O primeiro sintoma – visão dupla – ocorreu quando a atriz da Globo via um filme em sua casa, já de madrugada.

“Achei que a legenda da televisão estava ruim”, relembrou à colunista Patricia Kogut, do jornal carioca ‘O Globo’.

No dia seguinte, Ana Beatriz foi tranquilizada por um médico que lhe disse que tudo não passaria de um efeito colateral de comprimidos para dormir.

O diagnóstico demorou vários meses a chegar, com surtos pelo meio: uma forma branda da doença degenerativa.

Na festa de lançamento de ‘Caminho das Índias’, nesse ano de 2009, a artista já tinha precisado de ajuda para se deslocar.

“A médica me disse: ‘Você tem esclerose múltipla, uma doença autoimune que não tem cura e pode ser incapacitante. Mas a sua é na forma branda, o prognóstico é muito bom e você pode controlar isso e morrer de tijolada'”, adiantou.

E é com a ajuda de artistas próximos – como as atrizes Patricia Pillar e Malu Mader e a cantora Zélia Duncan – que Ana Beatriz aplica a injeção de imunomodulador que inibe os surtos da esclerose.

“O segredo é pesado. A gente vai digerindo, entendendo e resolvendo os fantasminhas”, declarou à colunista.

A esclerose múltipla (EM) é uma doença crónica, inflamatória e degenerativa, que afeta o Sistema Nervoso Central (SNC). É uma doença que surge frequentemente entre os 20 e os 40 anos, ou seja, entre os jovens adultos. Afeta com maior incidência as mulheres do que os homens.

Esta patologia é diagnosticada a partir de uma combinação de sintomas e da evolução que a doença apresenta na pessoa afetada, com recurso a exames clínicos/exames complementares de diagnóstico (Ressonância Magnética Nuclear, Estudo de Potenciais Evocados e Punção Lombar).

Estima-se que em todo o mundo existam cerca de 2,5 milhões de pessoas com esclerose múltipla (dados da Organização Mundial da Saúde) e em Portugal mais de 8 mil.

A EM pode produzir sintomas idênticos aos de outras patologias do SNC, pelo que o diagnóstico poderá demorar anos a acontecer.

E porque é que Ana Beatriz Nogueira só falou agora? “Minha decisão de falar foi motivada por amigos, por terapia e pelo desejo de tornar essa estrada mais fácil para quem tiver que passar por ela”, afirmou. “Não estou doente, tenho uma doença. Gosto de ver a esclerose múltipla como uma característica”, sublinhou.

Foto: Ana Beatriz Nogueira – Fã Clube/Facebook