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Apoio a Renato Seabra caiu no esquecimento sete anos depois do homicídio

Foi a 7 de janeiro de 2011. A história todos a sabem. O modelo, que teria alegadamente uma relação amorosa com Carlos Castro, assassinou o cronista social num hotel de Nova Iorque.

Renato Seabra tinha 21 anos e era um jovem de Cantanhede que ambicionava vingar na área da moda. Carlos Castro tinha 65 anos e era um dos cronistas mais influentes de sempre. Foi espancado, esfaqueado e mutilado com um saca-rolhas.

O crime, bárbaro e com requintes de malvadez, chocou Portugal. Mas, como em tudo na vida, houve quem não conseguisse atribuir a culpa ao manequim ‘per si’.

“Partiram-lhe as pernas…quem o levou a tal caminho”, escreveu uma utilizadora de Facebook numa das várias páginas de apoio a Renato Seabra.

Mas agora, sete anos depois do homicídio que deixou o manequim preso numa cadeia de alta segurança dos EUA, o apoio é cada vez mais escasso.

Na comunidade do Facebook com o nome “Renato Seabra Deus é grande e vai haver justiça”, há muito que ninguém escreve. As últimas publicações datam de 2017 e são mais publicitárias do que propriamente têm a ver com o caso.

E aquela comunidade, com quase 6600 pessoas, é a que tem mais atividade. Há outras que deixaram de o ter, curiosamente, na Consoada de 2016. É o caso de “Nós estamos contigo, Renato Seabra” e “Renato Seabra, tens amigos que te apoiam Sempre”.

Além de páginas satíricas sobre o caso, como por exemplo esta de “Queremos Sócrates junto de Renato Seabra”, existe uma página mais séria e mais atual.

A comunidade “Cidadãos que apoiam a mãe e Renato Seabra” partilhou, a 9 de janeiro de 2017, portanto pouco depois de se assinalarem seis anos do crime, a notícia que dava conta da possibilidade de Renato Seabra voltar a Portugal.

“O facto de Donald Trump estar prestes a tomar posso como Presidente dos EUA pode ajudar a que Renato Seabra seja deportado para Portugal, já que Trump “não vai querer gastar dinheiro com um português que pode ser deportado”, explicou o jornalista Luís Pires ao CM”, lê-se na notícia.

Houve apenas um comentário à publicação. “Que bom. Que seja verdade e que possa vir para o país natal. Este rapaz foi mais uma vítima destes pedófilos. Tenho muita pena deste rapaz que, como muitos, tem que se submeter a coisas para ter um espaço neste mundo cor de rosa ou seja negro! Força Renato!”

Seabra, agora com 28 anos, está preso na Clinton Correctional Facility, no estado de Nova Iorque e junto à fronteira com o Canadá, sendo conhecida como a “Sibéria de Nova Iorque”.

Apenas a mãe, Odília Pereirinha, que era enfermeira, continua a visitá-lo e ‘apenas’ de três em três meses, até porque as viagens não são baratas.

Faltam 18 anos para que Renato possa ser sujeito a uma reavaliação. Nessa altura, em 2036, quando Renato tiver 46 anos, poderá sair em liberdade condicional ou ficar detido, com reavaliações de 2 em 2 anos, até ao fim da sua vida.