Saúde & bem-estar

Óleo de coco não é tão saudável quanto se pensa

Quem o diz é a Associação Americana do Coração que, numa nova recomendação que fez, desaconselha o óleo de coco. Isto porque o alimento tem mais gordura saturada que a carne.

O óleo de coco, recomendado em muitas dietas como substituto aos tradicionais óleos de cozinha, à manteiga e até mesmo ao azeite, pode ser, afinal, a opção menos saudável.

De acordo com um relatório recente da Associação Americana do Coração (AHA, na sigla em inglês), o óleo de coco contém altos níveis de gordura saturada, sendo tão prejudicial quanto – ou até pior que – as gorduras de origem animal e até mesmo as outras de origem vegetal.

Segundo a pesquisa, enquanto o azeite tem 14% de gordura saturada, a banha de porco contém 39%, a de carne bovina 50%, a manteiga 63% e o óleo de coco impressionantes 82%.

“Como o óleo de coco aumenta o colesterol LDL, uma causa de doenças cardiovasculares, e não tem efeitos favoráveis compensatórios conhecidos, nós desaconselhámos o seu uso”, afirma a AHA.

A ingestão de gorduras saturadas em excesso prejudica a saúde ao elevar os níveis de mau colesterol (LDL), aumentando também o risco de doenças cardíacas e derrames devido à acumulação de gordura nas artérias, processo conhecido como aterosclerose.

Por isso, a Associação Americana do Coração recomenda limitar o consumo de gorduras saturadas, presentes na manteiga, carne vermelha, queijo e a outros alimentos de origem animal.

“Comer bem, para a saúde do seu coração, não significa apenas reduzir a gordura, mas diminuir tipos específicos de gordura e pensar em bons substitutos, como gorduras insaturadas e cereais integrais, em vez de açúcar refinado e carboidratos”, disse Victoria Taylor, representante da Fundação Cardíaca Britânica, à BBC News.

A recomendação é que as gorduras saturadas — de laticínios, animais e óleo de coco, entre outras — sejam substituídas por gorduras mono ou poli-insaturadas, encontradas sobretudo em óleos vegetais, como o azeite e os óleos de milho, canola, girassol e soja.

Estudos anteriores mostraram que a redução no consumo de gorduras saturadas reduz os riscos de doenças cardiovasculares em aproximadamente 30%. Taxa semelhante a de quem toma estatinas, de acordo com informações da rede americana CBS.

A gordura é parte essencial de uma dieta equilibrada e saudável, atuando principalmente na absorção de vitaminas, como A, D e E. Porém, em vez de comer alimentos ricos em gorduras saturadas, como frituras, açúcares e o óleo de coco, a associação recomenda substitui-los por fontes melhores e mais saudáveis, como as gorduras insaturadas encontradas no peito de frango, peixes, nozes, frutas e legumes, azeite e produtos lácteos com baixo teor de gordura.

Conhecido como o “colesterol bom”, o HDL absorve o mau e transporta-o de volta para o fígado, que o expulsa do corpo. Por isso, altos níveis desse tipo de colesterol podem ter o efeito oposto do LDL, reduzindo o risco de doenças associadas.

De acordo com as diretrizes do Serviço de Saúde Pública da Inglaterra, homens deveriam comer, em média, até 30 gramas de gordura saturada por dia e as mulheres até 20 gramas.

No entanto, se o objetivo é reduzir os níveis de colesterol no sangue, recomenda-se reduzir a gordura saturada a 5% ou 6% do total de calorias. Isso significa que, para quem tem o consumo diário de 2 mil calorias, a ingestão diária desse tipo de gordura não deve ultrapassar 13 gramas.