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Incêndio em Pedrógão Grande: Três dias de luto nacional e número de mortos sobe para 62

É uma tragédia sem precedentes nos últimos 50 anos em Portugal. O incêndio florestal que deflagrou este sábado à tarde em Pedrógão Grande, Leiria, e aumentou de intensidade durante a noite e madrugada fez já 62 mortos, sendo que o número deve continuar a subir.

Por isso o Governo já decretou três dias de luto nacional.

O Primeiro-Ministro António Costa já utilizou o Twitter para expressar o seu voto de pesar e agradecer o trabalho dos bombeiros e autoridades neste fogo que continua a lavrar, estando ainda mais de 700 operacionais no terreno.

Também a seleção nacional, que defronta às 16h00 o México, na Taça das Confederações, fez saber no seu site oficial que a FIFA autorizou uma homenagem às vítimas de Pedrógão Grande.

“Ao tomar conhecimento da tragédia na zona de Pedrógão Grande, onde um incêndio de grandes proporções provocou pelo menos 57 mortos (dados atualizados às 10h15 deste domingo), a Federação Portuguesa de Futebol solicitou à FIFA o cumprimento de um minuto de silêncio antes do Portugal-México, em Kazan, marcado para as 16 horas portuguesas”, lê-se no texto.

“O organismo que superintende o futebol mundial concordou com a observância deste minuto de silêncio e permitiu, ainda, que os jogadores portugueses atuem com fumos negros neste seu primeiro jogo da Taça das Confederações, que decorre na Rússia até 2 de julho”, anunciaram.

“Antes da partida será lida uma mensagem em Português, Russo e Inglês alusiva aos acontecimentos do Centro do País”, continuam, referindo que a Federação Portuguesa de Futebol, os jogadores, os treinadores e o staff da Seleção Nacional presentes em Kazan “decidiram juntar uma verba para entregar ao município de Pedrógão Grande, a fim de auxiliar as famílias das vítimas mortais do incêndio”.

O dia em que iniciamos a participação na Taça das Confederações é igualmente um dia de grande consternação e dor para o País que orgulhosamente representamos. A tragédia ocorrida em Pedrógão Grande, que reclamou a vida de tantos dos nossos compatriotas, não pode deixar ninguém indiferente e certamente não nos deixa a nós. Nesta hora tão triste, enviamos as mais sentidas condolências às famílias, amigos e entes queridos das vítimas dos incêndios. Se temos consciência de que meras palavras não poderão minimizar a vossa dor que também é nossa, dizemo-vos, ainda assim, que hoje em campo levaremos o vosso coração no nosso coração. ?❤️ Fernando Gomes Fernando Santos @rpatricio1 @brunoralves2oficiall @official_pepe @luisneto13oficial @raphaelguerreiro14 @f6nte @cristiano @joaomoutinho8 @andresilva9 @bernardocarvalhosilva @nelsonsemedo50 @josesaoficial @iamdanilopereira @wcarvalho14 @aftgomes21 @pizzi21 @luisnani @gelsondany77 @eliseupereira83 @ricardoquaresmaoficial @cedricsoares41 @betopimparell @adriensilva23

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Este fogo é já considerado “um dos mais graves do mundo”. O especialista em incêndios florestais Xavier Viegas revelou este domingo que terá sido a “rápida propagação” do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande que conduziu às várias mortes, fazendo deste um dos mais graves incêndios do mundo dos últimos anos.

“Tudo leva a crer que a propagação do fogo foi muito rápida, não tenho a certeza, mas a indicação que tenho é que terá havido vários focos de incêndio, não necessariamente por causa humana, há possibilidade de ter sido causado por uma trovoada seca e, quando isso acontece, pode haver vários focos ao mesmo tempo em diferentes lugares e aí torna-se extremamente difícil controlar todas as situações”, explicou à Lusa.

Esta situação aliada à vegetação e ao “estado de secura muto grande” em que se encontra, e a um terreno “muito complicado”, como é o circundante do IC8, com ravinas e desfiladeiros muito acentuados, “dá origem a comportamentos do fogo que facilmente surpreendem as pessoas”.

Ainda a avaliar a dimensão da tragédia humana, Xavier Viegas adianta já que este é o incêndio “mais importante de que tem conhecimento”.

“E, claramente, pela repercussão que está a ter, mesmo a nível internacional, penso que é um dos maiores incêndios, dos mais graves, dos últimos anos na Europa, se não no mundo”, até mesmo pelo “número de vítimas, pela rapidez com que se desenvolveu e como estas vítimas foram causadas”.

Partindo deste episódio, Xavier Viegas antevê um ano complicado, sobretudo se as condições meteorológicas persistirem, mas sublinhou que as pessoas podem fazer alguma diferença.