Saúde & bem-estar

Crianças e a relação com o chocolate

A alimentação como fator decisivo para o equilíbrio geral do ser humano está cada vez mais na ordem do dia. Educar os mais novos, desde logo, para uma dieta variada e saudável é hoje um imperativo a que devemos dar a máxima atenção pela importância que tem.

Portugal tem das mais baixas taxas de consumo de chocolate da Europa: cerca de 1,7 kg/ano per capita enquanto a média europeia é de 5,2 kg. Mas há cada vez mais indícios de que o chocolate, pelas suas propriedades benéficas, pode integrar a dieta dos mais novos e deve ser tratado como alimento e não como prémio.

Uma boa notícia num dia como o de hoje, em que se comemora o Dia Mundial da Criança. No entanto há que ter sempre em mente que a criança – tal como qualquer adulto – deve ter uma alimentação variada e equilibrada.

A história do chocolate é longa e rica. Cacau quer dizer “alimento dos deuses” e o chocolate já foi mesmo usado como moeda de troca, mas agora é considerado um alimento benéfico.

Isto suscita várias questões, desde a idade a partir da qual as crianças devem começar a consumir chocolate, passando pelas quantidades ideais, momentos do dia ou o melhor enquadramento na dieta alimentar.

Os profissionais de nutrição apontam os 2 anos como a altura em que as crianças poderão começar a consumir chocolate. Não é, no entanto, recomendável que o façam antes dos 12 meses.

Comer 30 gramas num dia é aceitável, desde que a criança não esteja acima do peso nem tenha nenhum problema de saúde relacionado.

O chocolate deve ser integrado no fim de uma refeição, sendo o seu consumo mais benéfico nessa altura do que de forma isolada pois, deste modo, evita que as taxas glicémicas tenham uma oscilação demasiado rápida que poderia levar a uma consequente sensação de fome.

Tal como em relação a qualquer outro alimento, a recomendação é unânime: perante casos de excesso de peso, o melhor a fazer é consultar um nutricionista que poderá dizer como elaborar o plano alimentar tendo em conta as propriedades dos alimentos e as características físicas de cada criança.

Segundo dados muito recentes da Organização Mundial de Saúde, a taxa de obesidade infantil nunca foi tão alta em Portugal, sendo das mais elevadas da Europa, a par com outros países mediterrânicos. De acordo com a OMS, 1 em cada 10 rapazes de 11 anos é obeso. De referir que, além do decréscimo do consumo de fruta e vegetais, o sedentarismo é apontado como uma das causas.

Assim, além de uma alimentação equilibrada, o desporto é altamente recomendado para as crianças, até porque, tal como o chocolate, a atividade física aumenta a produção de serotonina gerando uma agradável sensação de bem-estar.

São bem conhecidos os benefícios do chocolate para o sistema cardiovascular e imunitário, para o humor e sensação de bem-estar, para a concentração e energia, as vantagens são claras, são muitas e pressupõem sempre um consumo equilibrado.

Crianças e chocolate podem querer ser amigos inseparáveis e, para que a relação seja boa e duradoura, e por muito que saiba a fruto proibido ou prémio especial por bom comportamento, é preciso ensinar e alertar para um consumo de chocolate informado e moderado como alimento benéfico que é.