Atualidade

Praça Ayrton Senna inaugurada 23 anos depois da sua morte

Foi há precisamente 23 anos que o piloto brasileiro de Fórmula 1 morreu. Ayrton Senna perdeu o controlo do seu Williams na curva Tamburello, em Imola, no Grande Prémio de San Marino, e embateu contra um muro de betão a grande velocidade, não resistindo aos ferimentos.

O tricampeão mundial (1988, 1990 e 1991), cuja única vitória em solo português foi no Autódromo do Estoril em 1985, pode ter desaparecido fisicamente, mas ainda continua na memória de muitos. Pelo seu talento, por ter sido mais um ídolo a morrer aos 33 anos, pelo legado que deixou na história do desporto automóvel e que já lhe valeu um filme póstumo, com estreia marcada para 2019 (quando se cumprirem 25 anos da sua morte).

Hoje São Paulo, sua cidade natal, fez a sua homenagem ao inaugurar a Praça Ayrton Senna do Brasil. O memorial fica perto do Modelódromo do Parque Ibirapuera, onde se pratica autorama (corrida de carros em pistas de madeira). Tem uma coroa de louros, um capacete de bronze doado pelo Instituto Ayrton Senna, uma pequena pista com obstáculos para competição de animais e um monumento de cinco metros de altura.

Ayrton Senna, que teve o primeiro veículo aos 4 anos (um mini kart feito pelo seu pai), foi ainda lembrado por muitos profissionais do desporto.

“Nunca esquecido. Herói. Melhor. Melhor de todos os tempos. Descanse em paz Ayrton. Rei”, escreveu Lewis Hamilton, que também já conquistou três títulos e é fã daquele.

O francês Alain Prost, que foi quatro vezes campeão mundial, companheiro do brasileiro na McLaren e foi inclusive um dos encarregados de carregar o caixão de Senna, disse “lembro-me sempre dessa data”.

O piloto brasileiro Felipe Massa também diz sentir a falta do ídolo.

O mesmo foi escrito no perfil do Twitter da Fórmula 1.

E na conta da McLaren, que salienta o seu falecimento prematuro.

Há ainda algumas particularidades que o grande público desconhece da vida e carreira de Senna. Ou “Beco”, como era chamado em pequeno.

Em 1983, Ayrton Senna correu uma prova da Fórmula 3, em Inglaterra, com o carro sem travões.

Usava sempre as cores do Brasil no seu capacete, tradição essa que levou para a Fórmula 1, e recebeu o título de Piloto de Caça Honorário da Força Aérea Brasileira em 1987.

O circuito inglês de Silverstone recebeu a alcunha de “Silvastone”, em homenagem ao apelido Silva do piloto. É que este venceu três provas de Fórmula 3 nesse circuito.

A primeira vez que Ayrton Senna pilotou o carro que o matou, achou logo que o mesmo não estava em condições para correr.

Michael Schumacher venceu a corrida reiniciada após o acidente mortal de Ayrton Senna, mas disse que “não podia sentir-se satisfeito, não podia sentir-se feliz” com a vitória.

O caixão de Ayrton Senna veio de Paris para São Paulo em classe executiva num avião da Varig. Poucos passageiros sabiam que era Senna que vinha no caixão.

O brasileiro teve um funeral de Estado e estima-se que tenham estado cerca de 500 mil pessoas nas ruas para assistir à passagem do caixão.

A morte do piloto foi considerada pelos brasileiros como uma tragédia nacional tendo o governo brasileiro decretado três dias de luto nacional.

A Fórmula 1 sofreu muitas modificações com o intuito de aumentar a segurança tanto dos pilotos como dos espectadores. Desde a corrida que matou Ayrton Senna, foram feitas numerosas mudanças no regulamento para reduzir a velocidade de um Fórmula 1 e novos circuitos, como o Circuito Internacional do Bahrain, incorporaram grandes áreas de escape para reduzir a velocidade dos carros antes que eles colidam com um muro.

Procuradores italianos acusaram seis pessoas de homicídio com relação à morte de Senna, todas as quais absolvidas posteriormente.

Ao longo de sua carreira, Ayrton Senna conquistou 41 vitórias (19 de ponta a ponta), 161 GPs, 2750 voltas na liderança, 65 poles e 3 Títulos Mundiais.