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Denúncia de ex-jogador de futebol revela 560 menores vítimas de abusos sexuais

Andy Woodward foi um futebolista que começou a sua carreira no clube inglês Crewe Alexandra, que disputa agora a quarta divisão. Aos 11 anos foi vítima de abusos sexuais do treinador da altura, Barry Bennell. Depois de 20 anos em silêncio, o ex-jogador contou tudo a uma entrevista da BBC, dando assim o pontapé de saída para um dos maiores casos de abusos sexuais no desporto inglês.

A polícia britânica ainda está a investigar, mas já revelou números significativos que dão ideia da dimensão do escândalo: 560 menores vítimas de crimes sexuais, 252 suspeitos identificados, 311 clubes de futebol amadores e profissionais envolvidos e um total de 1432 denúncias recebidas, que incluem também modalidades como râguebi, ginástica, artes marciais, ténis, luta, golfe, vela, atletismo, críquete e natação.

Andy Woodward (na foto principal) deu o exemplo. Paul Stewart – que já alinhou pelo Tottenham, Manchester City e Liverpool – foi o nome mais conhecido que se seguiu.

E de seguida foi uma bola de neve: outros ex-futebolistas vieram a público dizer que também tinham sido vítimas e apontaram ainda o nome do ‘olheiro’ Eddie Heath, já falecido, que integrou a equipa técnica do Chelsea na década de 70, como um dos abusadores.

Paul Stewart
Paul Stewart

De acordo com o Conselho Nacional de Chefes de Polícia (NPCC na sigla em inglês), órgão que coordena as forças policiais locais, 96 por cento das vítimas são do sexo masculino, com idades compreendidas entre os quatro e os 20 anos.

Os abusos sexuais de menores em investigação foram perpetrados ao longo de mais de duas décadas e envolvem variados escalões.

Recentemente, a polícia britânica deteve um homem de 70 anos no âmbito da investigação em curso, suspeito de “indecência com crianças” e “agressão indecente”.

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, já veio defender que os agentes do futebol devem reforçar a vigilância relativamente ao fenómeno do abuso sexual de menores para “prevenir a ocorrência futura de qualquer caso”.

No entender do líder da FIFA, aqueles que sejam considerados culpados devem ser objeto de “uma punição muito severa”.

“Têm de ser irradiados do futebol, sobre isso não há nenhuma dúvida. Mas também no plano criminal têm de ser sancionados”, reforçou.