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Carla Andrino ativa apesar da luta contra o cancro:”Não faz sentido parar”

É uma das atrizes mais respeitadas pelo público e, desde que anunciou a sua batalha contra o cancro da mama, é também uma das mais acarinhadas. Se dúvidas existissem, elas desapareceram no momento em que Carla Andrino pisou, novamente, o palco do Teatro Sá da Bandeira, no Porto.

A atriz, ao lado de Fernando Mendes, Patrícia Tavares e do genro Frederico Amaral, está de regresso ao teatro com a segunda temporada na Invicta de ‘Noivo por Acaso’. Sempre que entra em cena, é logo recebida com imensos aplausos.

“Regressar ao Porto é sempre especial porque é um público muito genuíno, quando gosta, gosta, quando não gosta, não gosta. É sempre uma lufada de ar fresco. Costumo dizer que venho ao Porto carregar energias”, começou por contar à MoveNotícias. “Chegar ao final do espetáculo e receber aquela ovação, eu dei isto [faz sinal de pouco com os dedos] e vim com isto [abre a mão]”.

Visivelmente feliz, Carla Andrino não se diz cansada nem de estar em cena desde 2015 com a mesma peça de norte a sul do país (ainda que com alguns intervalos) nem de manter uma agenda profissional ocupada.

“No meu caso, estando fisicamente capaz, – já que emocionalmente sempre estive muito forte pois estou muito bem acompanhada por uma equipa maravilhosa de médicos – faz-me todo o sentido continuar a trabalhar. Não faz sentido parar”, respondeu quando questionada se o facto de trabalhar era o melhor remédio.

Às sextas, sábados e domingos, a artista está no Porto, e nos restantes dias dá consultas de Psicologia e ainda grava a série da RTP ‘Ministério do Tempo’.

“Estou bem. É uma hora e meia [a peça], com colegas que adoro e depois vou para o hotel descansar. Não estou a fazer uma loucura também. Faço a viagem, faço uma hora e meia de espetáculo, depois vou para o hotel e só volto a atuar no dia seguinte. Portanto de manhã tomo um bom pequeno-almoço, descanso durante o dia, faço a minha caminhada, pois gosto de dar a minha ‘passeata’. Se me apetecer vir para a cama, venho. Respeito o meu ritmo, mas faz-me todo o sentido continuar a dar consultas, o espetáculo e o ‘Ministério do Tempo’. São muitas coisas, mas o dia tem 24 horas. E a quimioterapia é de 21 em 21 dias”, disse, com um sorriso.

O cancro tem sido, inevitavelmente, tema de conversa de Carla Andrino, quer porque ela ainda está em tratamento, quer porque recebe “milhares” de reações de pessoas desde que anunciou a doença.

“Dão-me força e partilham comigo: ‘Estou a passar pelo mesmo e vê-la assim dá-me força’, ‘Olhe eu passei há 6 anos e estou assim e vai conseguir’. São milhares de pessoas. Ou que estão a viver ou já viveram esse problema. Vivo o presente, hoje só tenho razões para estar feliz e grata à vida. Podia não haver tratamento, podia ser tarde de mais… Não é tarde de mais! Há tratamento e a quimioterapia foi preventiva. Tenho filhos com saúde, netos com saúde, trabalho, pessoas que me amam, o que me falta, diga-me lá?”, salientou, acrescentando que já falta pouco para acabar a quimioterapia.

“Faltam duas sessões. Já fiz quatro (o protocolo são de seis). Se Deus quiser, no final de maio, estará tudo concluído. E será depois a radioterapia, serão 25”, contou, sempre de sorriso na cara. “Não tenho motivo para não o ter.”

E o melhor de tudo? “Adoro ver-me assim [careca]. E o prático que isto é? E a sensação de cair a água na cabeça? E de manhã acordamos assim magníficas, maravilhosas e penteadíssimas”.