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Padre previu a morte e pediu perdão para o homicida

Rene Robert foi um padre norte-americano que morreu aos 71 anos. Vivia na cidade de Saint Augustine, na Flórida, e foi encontrado morto, sete dias depois de ser assassinado, numa mata da Geórgia.

O homicídio em si já é violento. Mas o padre conseguiu prever o seu destino trágico 22 anos antes de tudo acontecer. Além de imaginar que seria assassinado, pediu – de antemão – que o autor do crime fosse perdoado.

A história ocorreu em 2016 mas só agora foi conhecida.

Steven James Murray, que era ajudado pelo sacerdote, foi o autor do homicídio. A 10 de abril de 2016 pediu boleia a Rene e levou-o até ao estado vizinho da Geórgia, onde o matou com inúmeros disparos de arma de fogo e abandonou o corpo na mata.

O detido foi condenado a pena de morte – em vigor naquele estado – e alguns amigos da vítima estão a recorrer à carta escrita há décadas para impedir esse destino.

“Não importa quão hediondo tenha sido o crime ou o quanto eu possa ter sofrido. Peço que a pessoa considerada culpada do meu assassinato não seja submetida à pena de morte em nenhuma circunstância”, escreveu o padre na carta, no ano de 1995.

Os bispos católicos esperam que o documento convença os procuradores a reverter a decisão que condenou Steven James Murray à pena de morte e já iniciaram um protesto em frente ao tribunal.

Steven Murray, autor do crime
Steven Murray, autor do crime

De acordo com a Igreja Católica, a carta escrita pelo padre franciscano é uma “declaração de vida”, que foi testemunhada e registada num cartório.

Os amigos de Rene Robert lembram que aquele dedicou a vida a ajudar os mais vulneráveis, como condenados, toxicodependentes e pessoas com problemas mentais.

“Ele tinha consciência que o seu ministério poderia ser vítima de violência, mas ainda assim cuidava daquelas pessoas”, disse o arcebispo Wilton Gregory.

“Quem ama o padre Rene vai-me perdoar porque ele era um homem de Deus e perdoar é piedade. Tenho problemas mentais e perdi o controle. Peço desculpas”, argumentou em tribunal o suspeito, depois de ser detido.