Saúde & bem-estar

Terapia inovadora eliminou leucemia incurável de dois bebés

Os bebés foram diagnosticados com uma forma agressiva e incurável de leucemia. Mas estão agora em remissão. Como foi isso possível? Graças a um novo estudo britânico.

Os médicos afirmam que curaram os bebés usando uma técnica terapêutica chamada “design de células”. Esta é a primeira vez na história da Medicina que um cancro é tratado (e potencialmente curado) usando células geneticamente modificadas do sistema imunológico de um dador.

A terapia foi apresentada num artigo publicado na revista ‘Science Translational Medicine’.

Em ambos os casos, os cientistas criaram um tipo de célula imune chamada de célula T para atacar as células cancerosas. Cada um dos bebés curados, entre os 11 e 16 meses, já tinha recebido muitos tratamentos anteriores, todos fracassados.

Um dos bebés envolvidos no estudo, Layla Richards, já foi notícia no passado, quando cientistas do Hospital Great Ormond Street, no Reino Unido, anunciaram que a menina – diagnosticada com cancro aos três meses de idade – tinha melhorado muito apenas alguns meses após o início do tratamento.

Na altura, no entanto, os cientistas hesitavam em dizer que Layla estava curada. Agora dizem que Layla está em remissão e que curaram um segundo bebé também, adicionando provas à eficácia da terapia.

O tratamento envolveu a recolha do sangue de dadores, o isolamento de células T imunes saudáveis e o uso de uma ferramenta de engenharia genética conhecida como TALENs para desativar certos genes das células T que normalmente fariam com que elas fossem rejeitadas uma vez transplantadas em um paciente com leucemia.

As células T também foram manipuladas para atacar células cancerosas diretamente.

Tratamentos semelhantes têm sido altamente eficazes contra cancros do sangue em outros estudos, mas que usavam as células sanguíneas dos próprios pacientes. O uso de células doadas oferece o potencial para uma cura mais rápida e barata.

Alguns especialistas na área expressaram algum ceticismo sobre a terapia, uma vez que os bebés também receberam quimioterapia normal, e o estudo apresentado não separa definitivamente os efeitos dos dois métodos de tratamento.

Ainda assim, estes resultados iniciais são promissores até porque, objetivamente, dois bebés parecem estar curados de um cancro que até agora nunca tinha tido cura.

Foto: BBC