Off the record

Fernanda Serrano: a atriz que tem na maternidade o principal papel

De sorriso fácil e sempre disponível, Fernanda Serrano é uma das atrizes mais queridas do público português.

Aos 43 anos, a cara da TVI tem uma vida cheia de histórias para contar. Começou a sua carreira como modelo nos anos 80 como escolha de vários criadores nacionais, brilhando nas passerelles de Portugal e além fronteiras.

Em 1995 o “bichinho da representação” começava a fazer-se sentir e, durante uma passagem por Barcelona, onde trabalhou seis meses como manequim da Elite, surgiu a oportunidade de fazer um casting para a longa-metragem ‘Muere Mi Vida’, de Mar Tangariona, tendo conseguido um dos papéis principais.

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Desde estão, seguiram-se vários desafios que, ao longo de mais de duas décadas fizeram Fernanda evoluir e consagrar-se como uma das melhores atrizes da sua geração.

1999 foi um ano de viragem: integrou a série de sucesso ‘Jornalistas’ que lhe deu grande visibilidade e, aos 26 anos estreou-se no cinema português no filme ‘Jaime’, de António Pedro Vasconcelos.

Os anos passaram e os projetos foram aparecendo em televisão, teatro e cinema. Em 2004 viveu um dos papéis mais emocionantes da sua carreira em ‘Queridas Feras’. Na pele de ‘Mónica’, uma jovem que enfrentava o drama do cancro da mama, Fernanda Serrano emocionou o país ao rapar o cabelo num episódio da novela. Uma história que se “reproduziu” anos mais tarde na vida real.

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Cancro e nova gravidez

Foi diagnosticada com cancro da mama em 2008, com 34 anos, vendo-se obrigada a fazer um interregno na representação.

Casada com Pedro Miguel Ramos desde Agosto de 2004, encontrou no empresário o seu grande apoio.

Vencida a doença numa altura em que já era mãe de Santiago e Laura, Fernanda Serrano arriscou ao levar para a frente uma nova gravidez, que acontecera no final dos ciclos de quimioterapia. Alguns meses depois nascia, saudável, Maria Luísa. A história de luta, perseverança e amor foi contada no livro ‘Também Há Finais Felizes’.

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Regresso pela porta grande

Depois de algum tempo com pequenas participações, a atriz voltou às novelas pela porta grande, tornando-se, em 2011, exclusiva TVI. O papel, esse, não poderia ser de maior relevo: tratava-se de Júlia, a vilã de ‘Sedução’.

Seguiram-se outros desafios até que, em 2015, voltou a emocionar na pele de ‘Camila Andrade’ em ‘Mulheres’. Um desafio que lhe deu “bastante gozo” uma vez que estava próxima do público graças aos assuntos que abordava: traição, cancro e violência doméstica.

Seguiu-se depois ‘A Impostora’, ainda em exibição no canal de Queluz de Baixo, onde volta a contracenar com “grandes amigos”, entre eles Diogo Infante, Dalila Carmo e Nicolau Breyner, a quem disse “adeus” logo no início do projeto e de quem tem “muitas saudades”.

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Dividida entre a carreira e a família, a atriz desfaz-se em elogios quando o assunto são os quatro filhos cujas “diferenças são agora mais notó­rias”. “Os três mais velhos estão em idades muito semelhantes e começo a notar a diferença entre rapazes e raparigas. O Santiago não gosta de muita confusão no quarto e acha que as meninas são demasiado interventivas. A pequenina  – Caetana, nascida a 3 de Julho de 2015 – é o benjamim, toda a gente a adora, querem pegar-lhe ao colo e cuidar durante cinco minutos, depois é para a mãe. E são todos muito próximos de mim. Qualquer coisa que aconteça, solicitam sempre a mãe e eu considero isso um bom sinal”, revelou.

Ser mãe é, aliás, o papel da sua vida. “Se eu pudesse, teria mais filhos, seriam dias recorrentes na minha vida”, afirmou recentemente num evento dedicado aos mais pequenos.

Embora lhe sobre pouco tempo para si, Fernanda é claramente uma mulher feliz: “Gosto de par­tilhar todos os momentos com eles e eles sentem isso, que os meus momentos sem trabalho são total e inteiramente partilhados com eles. Só. Não existem tempos para mim, porque assim decidi.”

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Fotos: Sílvia Santos e redes sociais