Álbuns da Semana

A imortalidade com um som vadio na alegria de viver

A imortalidade dos Rolling Stones continua a ser construída, desta feita com alicerces de blues. É precisamente esse o estilo adoptado no mais recente álbum da banda de rock inglesa, que começou a construir o mito no longínquo ano de 1962.

‘Blue & Lonesome’ é o 23.º disco de estúdio dos Rolling Stones e o primeiro desde ‘A Bigger Bang’, editado há 11 anos, em 2005. Apesar do símbolo comercial que separa as duas palavras deste álbum, a pressão das vendas é algo que não influencia este trabalho, nem tão-pouco os elementos da banda.

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Mick Jagger, Keith Richards, Ronnie Wood e Charlie Watts fecharam-se num estúdio, em Londres, no início deste ano e de lá saiu este disco composto exclusivamente por versões de antigos temas blues, que logo conquistou elogios da crítica e do público em geral.

De tal forma que, na próxima sexta-feira (9), quando a lista fora revelada, poderá chegar ao primeiro lugar do top britânico, o que, a acontecer, será a 12.ª vez na história da banda e a primeira desde 1994.

Até lá, entre na onda dos blues com o tema “Hate to See You Go”:

Da música oriunda do Reino Unido passamos para a portuguesa e apresentámos-lhe ‘Dead Combo e as Cordas da Má Fama.’ Neste trabalho, juntou-se ao duo original um trio de cordas composto por Carlos Tony Gomes, no violoncelo, Bruno Silva, na viola, e Denis Stetsenko, no violino.

Depois do concerto que Tó Trips e Pedro Gonçalves, os ‘Dead Combo’ originais, deram em setembro, nas Ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, o duo juntou-se com os três referidos convidados em estúdio e foi de lá que saiu este trabalho que chegou às bancas no passado mês de novembro.

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Este trabalho leva as músicas dos ‘Dead Combo’ para um formato acústico e surge como consequência de um espectáculo ao vivo que percorreu várias zonas do país e no qual o quinteto de vadios interage com o público, com a particularidade de o pano de fundo ser um tasco em pleno palco.

Se perdeu o espectáculo, ouça-o agora neste álbum. Para aguçar-lhe o apetite, deixámos-lhe aqui o tema ‘Povo que Cais Descalço’:

Por fim e de forma a oferecer-lhe uma pluralidade musical, vamos transportá-lo, caro leitor, até ao Brasil, para dar-lhe a conhecer o mais recente trabalho de Martinho da Vila.

‘De Bem Com a Vida’ podia muito bem ser um espelho da principal característica do povo brasileiro, mas é somente o nome deste novo trabalho do músico canarinho, de 78 anos.

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Apesar de tudo, este álbum tem como objetivo devolver o “alto astral” ao povo brasileiro, que anda atordoado por um momento político conturbado. Martinho da Vila nem sequer esconde que pensou muito nisso enquanto produziu este ‘De Bem Com a Vida’.

Esse é o seu primeiro álbum de originais desde ‘Martinho da Vila do Brasil e do Mundo’, editado em 2007, e promete recuperar, aos brasileiros que o ouvem, os traços de alegria contagiante que lhes são característicos.

E quem procura esse estado de espírito de alegria e felicidade nas suas músicas, vai encontra-lo logo na primeira faixa deste álbum, no tema “Escuta, Cavaquinho!”. Deixe-se, então, contagiar: