Atualidade

Fidel Castro: Um homem que gostava muito dos Portugueses

Em outubro, faz hoje precisamente um mês, Marcelo Rebelo de Sousa encontrou-se pela primeira e única vez com o histórico líder cubano.

O encontro do nosso presidente da República com Fidel Castro foi captado em fotografia pelo jornal oficial do Comité Central do Partido Comunista de Cuba, Granma. Fidel estava com o seu tradicional fato de treino azul, sentado e sorridente.

De que se riam? Marcelo já não se recorda ao certo. “É natural que duas pessoas bem-dispostas em certas circunstâncias ou sorriam ou riam mesmo acerca de um comentário qualquer que foi feito, agora não me lembro em pormenor”, disse no final de uma visita à fábrica de charutos Cohiba.

A primeira visita de Estado de um Presidente português a Cuba aconteceu em Havana, onde o destaque ia também para a reunião entre o português e Raúl Castro, atual presidente do país e irmão de Fidel.

Entre os assuntos da agenda internacional e as relações entre os dois países, Marcelo foi pronto a destacar a sua aprovação de uma resolução da Assembleia-geral das Nações Unidas, a favor do levantamento do embargo norte-americano a Cuba imposto em 1962.

Duas vezes em solo nacional
Esteve em Portugal apenas duas vezes, uma de passagem, quando elogiou o clima e outra mais longa, que terminou com a frase “gosto muito dos portugueses”.

“Gosto muito dos portugueses, esta estada ultrapassou as minhas expetativas”, disse a 19 de outubro de 1998.

Fidel tinha acabado de se reunir com o empresário Américo Amorim, partindo depois para Lisboa, no final de uma visita de três dias a Portugal, no âmbito da VIII Cimeira Ibero-Americana, que decorreu no Porto.

Em maio de 2001 jantou cá com o então primeiro-ministro António Guterres e Jorge Sampaio, presidente na altura. Fez ainda longos discursos: um no evento e outro num espetáculo de solidariedade para com Cuba.

“Eu sei que aborreci um pouco as pessoas e os chefes de governo estão um pouco aborrecidos comigo”, confessou aos jornalistas depois do discurso de duas horas e meia.

“Logo que puder” farei cá “uma escala”, disse. “Gosto de Portugal. É um país amável, que está no extremo da Europa” e, por isso, “não tão longe como Espanha”.

Fidel Castro morreu hoje, dia 25 de novembro, com 90 anos. A morte foi anunciada pelo seu irmão, o presidente Raúl Castro, na televisão estatal. O pai da revolução cubana apareceu pela última vez em público no passado dia 15, quando recebeu na sua residência o presidente do Vietname, Tran Dai Quang.