Álbuns da Semana

A nova alma urbana inserida num passado que não volta

Não é fado, mas tem a missão de oferecer uma nova alma a esse estilo tão tradicionalmente português. Este álbum de estreia dos “Quinteto Lisboa” suporta-se nas raízes nacionais da área em que está inserido e é apresentado pelos seus criadores como “a nova música urbana” do nosso país.

O disco homónimo nasceu, de resto, como fruto dos vários anos de grande cumplicidade artística entre os compositores João Monge e João Gil. Com vozes de Paulo de Carvalho e Maria Berasarte, o grupo é ainda composto por José Peixoto (guitarra clássica), Fernando Júdice (baixo acústico) e João Gil (guitarra acústica).

quintetolisboa

Trata-se de uma formação de excelência que atesta a qualidade do produto final. Ao longo das 15 canções que compõem o álbum, as vozes de Paulo de Carvalho e Maria Berasarte perdem-se e reencontram-se nos acordes dos guitarristas, numa simbiose perfeita.

O tema “Pé ante Pé”, terceira faixa do disco, serviu como single de apresentação, sublinha tudo o que acabamos de escrever e ainda acrescenta uma interpretação única de Paulo de Carvalho, conforme pode confirmar aqui:

Do mais puro sinónimo de música portuguesa passamos para o duo britânico de trip hop que dá pelo nome de “Massive Attack”. Lançado no início deste ano, “Ritual Spirit” colocou um ponto final no jejum a que o grupo se sujeitou durante seis anos.

Em 2010, quando lançaram o trabalho anterior, intitulado por “Heligoland”, percebeu-se que, apesar do tema “Paradise Circus”, o grupo já andava longe dos seus anos dourados, vividos na década de 90 do século passado.

massiveattack

Este novo projeto não vem mudar essa ideia, ainda assim promete estimular os fãs da banda. Isso acontece também pela colaboração de Tricky no último dos quatro temas deste EP, algo que não acontecia desde 1994, altura em que foi editado o disco “Protection”.

No tema homónimo, que lhe apresentamos de seguida, a colaboração é feita por Azekel, um cantor e compositor britânico que deixa a sua marca positiva de uma forma bem vincada neste trabalho:

De Inglaterra viajamos até aos Estados Unidos e encontramos o conceituado pianista e compositor, Keith Jarrett. “A Multitude of Angels” é nada mais, nada menos, do que uma edição a solo de quatro discos que engloba uma série de improvisações ao vivo do músico, registadas em outubro de 1996, na sua tour por Itália.

Considerada uma bênção para os ouvidos dos amantes do Jazz, este trabalho surge sobretudo como um documento histórico, detalhando os quatro últimos concertos que Keith fez na Europa (Modena, Ferrara, Torino e Génova), no ano supracitado, pouco antes da sua pausa forçada motivada por síndrome da fadiga crónica.

keithjarrett

Na nota de apresentação deste trabalho lançado no passado dia 4 de novembro, o seu protagonista, agora com 71 anos, lembrou: “Estes foram os últimos concertos que toquei sem pausas entre cada conjunto.” E acrescentou depois: “O jazz está sempre presente ao lado da minha profunda proximidade com a música clássica.”

Face a essa consideração de Keith Jarret, despedimos-nos com o tema “Somewhere Over the Rainbow”: