Álbuns da Semana

Entre nesta viagem que o conduz ao intervencionismo, às raízes e ao passado

Os Green Day voltaram em força ao panorama musical e fizeram-no em jeito de viagem no tempo. “Revolution Radio” foi lançado na última sexta-feira (7) e propõe um regresso aos anos 90 do século passado.

Vincado no estilo punk rock, embora com alguns traços de pop, este é 12.º álbum de estúdio desta banda norte-americana e o primeiro de originais desde que o vocalista Billie Joe foi parar a uma clínica de reabilitação para se tratar do vício em drogas e álcool.

greenday

Billie voltou de lá mais maduro e isso está bem presente nas letras das músicas deste novo álbum, que também apresentam traços interventivos e laivos de raiva provocados pela política norte-americana, nomeadamente a que é proclamada por Donald Trump.

De resto, a par do lançamento deste álbum ficou também a saber-se que os Green Day, em parceria com a HBO, já estão a preparar o guião de um filme que será baseado no 7.º disco da banda, “American Idiot”. Até lá vá ouvindo este novo trabalho, começando pela música que lhe dá o nome:

Lançado no último dia do passado mês de setembro, “Remember us to Life” é o 7.º álbum de estúdio dos 15 anos de carreira de Regina Spektor.

Sem abandonar o seu registo tradicional, o chamado antifolk, a carismática cantora, pianista e compositora que nasceu na Rússia mas está radicada nos Estados Unidos, apresenta-nos um trabalho que emociona do início até ao fim e que dá que pensar.

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Logo a abrir o álbum, o tema “Bleeding Heart” apresenta uma mistura de batidas eletrónicas com o piano como pano de fundo, que evolui para algo bem mais clássico e que, de certa forma, encaixa melhor no registo de Regina Spektor.

No entanto, este disco é recheado de variantes, passando pelos temas mais comerciais (“Older and Taller”) e outros cujas histórias parecem levar-nos ao mundo do teatro (“The Trapper and the Furrier”).

É, porém, o tema “Small Bill$”, cujo videoclipe se traduz numa espécie de viagem encantada às raízes russas da cantora, que sugerimos ao nosso leitor.

A terminar as sugestões musicais para esta semana, chegamos aos Pixies, uma banda que dispensa apresentações.

“Head Carrier” sucede a “Indie Cindy”, de 2014, e é o primeiro álbum com a presença a tempo inteiro da baixista Paz Lenchantin, que trouxe alguma estabilidade ao grupo e soube impor-se perante os veteranos, tendo até assinado uma música neste novo disco, algo extremamente surpreendente, uma vez que esse foi quase sempre um exclusivo de Frank Black. Mais do que isso, Paz também canta na faixa intitulada por “All I Think About Now.”

pixies

Em comparação com o trabalho imediatamente anterior a este, o que salta logo à vista é que os Pixies estão de volta aos bons velhos tempos. A banda que inspirou muitos músicos ao longo de décadas com o seu rock alternativo, parecia ter sucumbido em “Indie Cindy”, mas como que ressuscitou neste disco lançado no final do mês de setembro.

Apesar de os históricos integrantes do grupo andarem todos na casa dos 50 anos, também este disco tem o público adolescente como seu principal alvo. Trata-se de uma marcante fase da vida para a generalidade das pessoas, que os Pixies num abandonaram nos seus registos musicais, conforme se confirma neste “Tenement Song”: