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Italianos deixam de ser Charlie após cartoon satírico sobre o sismo em Amatrice

A imagem está a causar grande polémica, devolvendo a revista satírica francesa Charlie Hebdo às bocas do mundo.

Foi na passada sexta-feira, dia 2, que este cartoon foi revelado e não tardou a gerar ondas de indignação na internet. Intitulado por “Sismo à italiana”, o desenho retratou as vítimas do terramoto de Amatrice, que matou quase 300 pessoas, a 24 de agosto último, como se fossem pratos típicos italianos.

Um homem de pé ensanguentado é comparado a “penne com molho de tomate”, uma mulher igualmente maltratada surge a seu lado como “penne gratinado” e, por fim, é chamado “lasanha” a um monte de destroços com vários pés a saírem dele.

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A internet foi célere a mostrar o seu desagrado face a esta sátira e a revista voltou logo de seguida com mais um cartoon onde tenta defender-se dos ataques. Na nova imagem destacam-se os destroços provocados pelo referido sismo e a mensagem, proferida por uma das vítimas, é clara e radical: “Italianos… Não é o Charlie Hebdo que constrói as vossas casas, é a máfia.”

CharlieHebdo

Recorde-se que a redação dessa revista foi alvo de um ataque terrorista em 2015, no qual morreram 12 pessoas. Na ocasião, como forma de apoio, começou a circular por todo o mundo a hashtag #JesuisCharlie (Eu sou Charlie), mas com esta última sátira tudo se inverteu e, agora, o lema que impera, sobretudo em Itália, é #JeNeSuisPasCharlie (Eu não sou Charlie).

A polémica não passou ao lado do presidente da câmara de Amatrice, Sergio Pirozzi, que, em declarações ao Corriere della Sera, reagiu assim: “Como se faz sátira sobre mortos? O objetivo da sátira é fazer rir e, aqui, parece-me que não há motivos para isso…”