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Investigadores portugueses criam modelo de prevenção sísmica

É uma boa notícia, especialmente depois do sismo que devastou o centro de Itália. Um grupo de investigadores e docentes portugueses criou um modelo de prevenção sísmica.

No fundo conseguem avaliar a segurança dos edifícios em caso de terramoto. Ao verificar o efeito do sismo nos edifícios, consegue-se fazer construções mais seguras.

O grupo, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, criou um modelo de cálculo que simula o comportamento das paredes de alvenaria [unidas por argamassa e uma das mais usadas nos edifícios antigos de Portugal] e o seu efeito nos edifícios durante os sismos.

“Esta ferramenta permite avaliar a segurança dos edifícios em situação de sismo e é ainda um passo importante para a comunidade científica e técnica ter mais confiança nos resultados produzidos, influenciado assim o melhor dimensionamento dos novos edifícios”, explicou Hugo Rodrigues, investigador do Politécnico de Leiria, num comunicado enviado.

Este modelo ganhou o primeiro prémio no concurso internacional FRAMA 2015 International Benchmark / Blind Prediction Contest, entre dez equipas concorrentes de diversos países: Itália, Alemanha, Turquia, e EUA.

A vantagem é o facto de permitir “a definição de regras para aplicação do engenheiro no dia-a-dia de projeto, em particular na consideração dos efeitos das paredes de alvenaria de enchimento nestas situações que, por norma, são um elemento não estrutural e por isso não são consideradas no cálculo”.

Hugo Rodrigues, André Furtado, João Oliveira, Humberto Varum e António Arêde desenvolveram e calibraram um modelo numérico simplificado, publicado na revista Earthquake Engineering & Structural Dynamic, que se mostrou eficaz na reprodução da resposta sísmica do edifício de betão armado ensaiado.

A equipa vai receber o galardão do FRAMA em outubro na Faculty of Civil Engineering/University of Osijek, na Croácia.