Saúde & bem-estar

Falta de Vitamina D afeta a fertilidade masculina

Há uma relação direta entre a vitamina D (a sua principal fonte é a radiação ultravioleta) e a fertilidade nos homens.

Isso é o que mostra um estudo realizado pelo médico Martin Jensen Blomberg, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, que também integra o Departamento de Crescimento e Reprodução do Rigshospitalet, na mesma cidade. A novidade foi apresentada na segunda quinzena de maio, durante o Congresso Europeu de Endocrinologia, realizado na Irlanda.

A pesquisa, que contou com a participação de 330 homens inférteis, também foi publicada na revista científica Nature Reviews Endocrinology e mostra que a vitamina D melhora a motilidade dos espermatozóides.

Isso ocorre porque esta vitamina regula o modo como o corpo absorve o cálcio dos alimentos. A suplementação com este nutriente mostrou um rápido aumento na concentração de cálcio das células reprodutivas masculinas, o que melhorou a movimentação do esperma, facilitando a fertilização do óvulo.

O estudo também conseguiu provar que as células de homens férteis e inférteis apresentam diferenças importantes no que diz respeito a uma das proteínas responsáveis pela absorção da vitamina D, os que têm limitações reprodutivas motivadas pela baixa qualidade do sémen não têm estas proteínas no esperma.

Além de contribuir para o tratamento de casais sem filhos, Martin Jensen Blomberg explica que a descoberta também pode ser útil para a reprodução assistida, uma vez que a suplementação de vitamina D permitirá a seleção das melhores células do esperma, aumentando as possibilidades de gravidez.

A vitamina D também é essencial para a absorção de fósforo que, ao lado do cálcio, é a matéria-prima dos ossos. Níveis insuficientes podem levar à osteoporose e osteomacia (condição mais grave, em que o osso fica extremamente frágil e se parte). Descobertas recentes mostram que a vitamina D equivale a uma hormona com ação importante em diversos órgãos e tecidos.

Cerca de 70% das pessoas possuem no organismo quantidades de vitamina D menores do que o necessário, o que pode levar a uma sensação de desânimo, sonolência, excesso de peso, dificuldade de concentração e memória, alterações de humor e sinais de depressão. Na gestação, a falta de vitamina D pode provocar pré-eclâmpsia, diabetes gestacional e ossos fracos no bebé.

Segundo a endocrinologista Maria Fernanda Barca de São Paulo, uma ampla revisão de estudos científicos feita pela Sociedade Americana de Endocrinologia revelou que a vitamina D age no coração, no cérebro, nos músculos e nos mecanismos de proliferação e inibição de células, entre outros sistemas do corpo. “Trabalhos mais recentes também mostraram que níveis baixos de vitamina D no organismo estão relacionados ao surgimento de um problema chamado resistência à insulina. A reposição melhora o funcionamento do sistema imunológico e contribui para a perda de peso”, diz a médica.