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Michael Phelps renasce para mais recordes

Começou a contagem decrescente para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a realizarem-se no Brasil no próximo ano, e Michael Phelps quer mostrar que merece continuar a ser visto como uma referência mundial.

Na recente edição da “Sports Illustratred”, o campeão de natação despe-se de tabus, recordando a fase em que mergulhou nas teias do alcoolismo e pensou mesmo no suicídio. A exigência de ser o melhor tinha-o conduzido a uma depressão sem viragens que o salvassem.

O clique que o colocou de novo no trilho aconteceu quando foi preso pela terceira vez por conduzir embriagado. Nessa altura, resolveu rever prioridades e dar outro rumo à vida, tentando ser um exemplo não só na água como fora dela.

“Realmente estava num lugar escuro e não queria mais estar vivo”, confessou reabilitado pelo tratamento contra o alcoolismo que lhe deu outras perspetivas para o futuro.

“Descobri muitas coisas sobre mim que provavelmente sabia, mas não queria perceber. Uma deles foi que, durante muito tempo, via-me como o atleta que eu era, mas não como um ser humano. (Na reabilitação) Pude estar com estranhos que sabem exatamente quem sou, mas não me respeitavam pelo que eu fiz, mas sim pelo que sou enquanto ser humano”.

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Detentor de 22 medalhas olímpicas (18 de ouro), Phelps assumiu-se culpado pelo que aconteceu em Baltimore, em setembro de 2014, quando foi apanhado em excesso de velocidade e alcoolizado. Seguiu-se um duro processo de recuperação e a suspensão por seis meses pela Federação norte-americana, ficando de fora do Mundial de Kazan, em agosto desse ano.

O castigo fê-lo crescer mentalmente e mostrar ao mundo que, por trás do campeão, há um homem que também pode falhar. Agora tem barba, o cabelo maior e treina ao ar livre, coisas que antes quase não conhecia. Mais magro e musculado aprendeu a dar valor a “um céu azul e sem nuvens”.

Impedido de competir na Rússia, nadou nos campeonatos nacionais norte-americanos e, em três provas, conseguiu melhores resultados do que os compatriotas que foram a Kazan, recuperando o princípio da motivação deixado em Pequim, nos Jogos Olímpicos de 2008. Nessa altura, “mentalmente estava acabado”, assume.

Na entrevista intimista que agora chega ao público confirma o desejo de estar no Rio de Janeiro, já no próximo ano. Terá 31 anos e vontade de quebrar um novo recorde: o mais velho a subir ao pódio para receber a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos!

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Fotos: Michael Phelps