Tozé Santos e Sá

Advogado

Lucidez!

Todos acabamos por ter sonhos e de os querer conseguir concretizar. Por isso, muitos deixam-se embalar facilmente em palavras e promessas de quem suga vidas alheias, de seres carnívoros que se aproveitam e se alimentam daqueles conscientemente. Com maldade intrínseca, prometem o que não podem e aquilo que não têm condições de satisfazer. Não é preciso dizer que recebem adiantado, e por isso, nada perdem e bonificam com o prazer perturbado das suas mentes.

Poucos são, normalmente já em idade madura, os que não ficaram à espera de que alguém os concretize por eles, talvez por já terem sido enganados e usados, e chegam à conclusão, mais rápida ou mais lentamente, que se não dá para seguir o sonho, ainda que por outras vias, há que mudar, fazer outra coisa.

Importante será não cometer os erros passados e se tal for alcançado, já não é mau.

Esses outros, parasitas de sonhos alheios, que só comem e não deixam comer, aparentam ser o que não são, quase nunca são mais que uns coitados frustrados, que tiveram sonhos mas não tiveram capacidade para mudar. Por isso, ficaram reféns de fazer aos outros o que lhes fizeram a eles.

Abdicar de sonhos é capaz de ser melhor do que mendigar em restaurantes para comer de borla ou sujeitar-se a indignidades para conseguir trabalho, embandeirando galões que não se tem, como é comum ao cor-de-rosa decadente nacional. Factos que cada vez mais vêm a público mas que nem assim os fazem acordar…Desmascarar ajuda, mas nem assim se mudará quem quer persistir no erro.

Claro que se entende que trabalhar é uma seca, obriga a levantar cedo e estar horas seguidas a aturar superiores ou quem paga. Claro que, no imediato, para quem vive de aparências e para quem tem estômago, haverá métodos mais compensadores e menos stressantes.

Sem dúvida, o caminho mais fácil é estar na praia ou a fazer viagens e ainda poder “postá-lo” nas redes sociais com um sorrisinho malicioso, com o bónus de saber que se vai causar inveja a muita gente. Curtem a vida, de facto. Poderão dizer no futuro que conhecem o mundo, não dirão a que preço… E a dignidade numa sociedade com cada vez mais falta dela e cada vez menos princípios, não dará valor a quem a teve e a quem a tem.

Será uma luta injusta e desigual. Cada um decide. Parecer bem é diferente de estar bem. O mérito dos outros chateia, ainda que se saiba irreal e falso. Muito mais quando não é conquistado pelo próprio, antes se baseia em familiares, sobrenomes e encostos sobre os quais trepam…

Vou ali, tirar um apontamento… Até terça!