Tiago Alves

Estudante universitário

Violência no Futebol

A festa da conquista do bicampeonato encarnado ficou manchada com a atitude de vandalismo de um grupo de pessoas ligadas ao clube, que prevaricaram contra a polícia.

Estes incidentes não são casos isolados no panorama nacional, as claques organizadas são na maior parte das vezes as responsáveis por estes atos, que não engrandecem em nada o futebol. Reparemos no caso que remonta o ano de 1996, no qual Rui Mendes, cidadão comum e adepto afetuoso do Sporting foi brutalmente assassinado em pleno Jamor devido ao arremesso de um “verylight”, por parte da claque benfiquista. Para além deste caso ser um triste momento do futebol português, faz vincar a importância civilizadora dos responsáveis máximos dos clubes. Isto é, devem serenar e cultivar uma rivalidade saudável em vez de incendiar os ânimos que por norma não são calmos.

Portugal não é um caso isolado, na Grécia nos países da América Latina, na Turquia e na Espanha os casos de violência e conduta imprópria multiplicam-se, sendo que os próprios clubes estimulam essas práticas devido às suas políticas de hostilização aos clubes rivais.

Na verdade, o futebol deve harmonizar, deve entreter e nunca deveria criar ondas de violência, nem de criminalidade. Por outras palavras, as claques organizadas deviam fazer o seu papel, que é fundamental num futebol cada vez mais gerido como uma empresa, ou seja, devem apoiar, incentivar e dar cor ao “desporto rei”. O que seria do futebol sem o brilho das claques? Das tarjas de apoio?
Sem dúvida alguma as claques são importantes para a promoção da modalidade, porém, restringir e impôr regras às mesmas e aos clubes, de certeza evitariam casos como os de Rui Mendes, da festa encarnada ou da celébre invasão de campo da claque do Panathinaikos frente ao seu eterno rival Olympiacos.

Ao fim e ao cabo, a melhor maneira de prevenir estes problemas que tão mal fazem ao futebol é promovendo a cordialidade e serenidade entre os clubes e ao mesmo tempo responsabilizar e penalizar os grupos responsáveis por estes conflitos deploráveis. Afinal, o futebol não é uma questão de vida ou de morte, é apenas uma indústria de entretenimento geradora de emoções e para que esta se desenvolva é preciso erradicar as pessoas que confundem o futebol com um “ringue de boxe” e aproximar as famílias dos estádios. Sim ao futebol enquanto espetáculo… Não ao vandalismo e radicalismo no futebol.