Off the record

D.A.M.A.: os betinhos mais cool da música nacional

A fama não tem muito tempo, mas Francisco M. Pereira (Kasha), de 26 anos, Miguel Coimbra, de 25, e Miguel Cristovinho, de 24 anos, sabem bem o que fazem. Amigos de longa data, são o pilar dos D.A.M.A., a banda que no último ano pôs Portugal a cantar com um rap contagiante e muito real.

No último fim de semana, o trio participou em mais uma gala “Os Melhores do Ano” da Rádio Nova Era, no sábado, e em mais um aniversário da Rádio Festival, no domingo, ambos no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, onde partilharam com a Move Notícias alguma da empatia que arrasta multidões aos seus espetáculos.

Nomeados na categoria “Melhor Artista Nacional”, perderam para Jimmy P., mas só o facto de lá estarem “é um motivo de grande orgulho”. De resto, “nunca esperamos ganhar. Há sempre aquele bichinho, mas todos os três nomeados mereciam. Tivemos, felizmente, um grande ano”, reconheceu Miguel Coimbra.

A música há muito que fazia parte da vida destes artistas que, antes de decidirem arriscar em pleno, estudaram e tiraram cursos superiores:  Gestão foi a licenciatura escolhida pelos ‘Miguéis’, enquanto Francisco seguiu Direito. “Chegámos a exercer, o Miguel (Coimbra) esteve a trabalhar na China, eu na L’ Oreal, o Francisco numa sociedade de advogados, mas o que sentimos foi que nos arrependeríamos para sempre se não tentássemos apostar tudo na música. E a verdade é que de há um ano para cá, temos mais de 6 discos gravados, somos disco de platina e não podíamos estar mais felizes. Investimos o nosso tempo naquilo que mais gostámos e, felizmente fomos bem sucedidos”, reconhece Cristovinho.

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O êxito já alcançado “foi uma consequência natural de termos investido mais tempo e mais das nossas vidas. Atualmente é isto que fazemos, somos profissionais da música, agora o sucesso é uma coisa imprevisível e nunca sabemos o que vai acontecer”.

Para os D.A.M.A., “é um orgulho imenso ver que as pessoas gostam e que estão lá para cantar connosco. Nós estamos sempre a pensar no próximo palco para partilhar com essas pessoas que fazem da nossa música a música delas”.

“O brilhozinho nos olhos” durante a conversa com a nossa publicação denuncia a paixão que embrulha cada canção. Letras sem amarras com as quais a maioria se identifica e que passam mensagens positivas a quem as ouve. “Balada do Desajeitado”, “Às vezes”, “Luísa” são temas que o público bem conhece e que se adaptam a circunstâncias ou até mesmo a existências de qualquer mortal, atingindo assim fãs dos 8 aos 80, sem preconceitos ou clivagem social.

E os autores sabem disso: “Temos a sorte de ter um target bastante transversal na nossa música, o que é óptimo, pois como artistas queremos levar o nosso trabalho ao maior número de pessoas possível”. O nome do grupo é a sigla de “Deixa-me Aclarar-te a Mente, Amigo”, um objetivo alcançado através de “inúmeras mensagens e pedidos no Facebook e em outras redes sociais”.

“É impossível conseguirmos dar resposta a todos, mas recebemos coisas do género: venham tocar ao nosso casamento, façam um vídeo porque esta música é a preferida da minha mulher, foi a música do casamento, deram o nome de Luísa à filha ou ainda pessoas que reataram ou terminaram namoros. A partir do momento em que fazemos a música, ela passa a ser daquela pessoa que interpreta a música à sua maneira e isso é uma coisa que nos agrada muito e achamos muito bonito”, considera Francisco.

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Com a agenda cheia, a banda está sempre a surpreender com novas músicas. Isto porque “andamos sempre juntos na estrada e isso dá asas a que haja rasgos de inspiração quando menos esperamos. Então compomos, entram uns acordes, a bateria e começam a surgir novas ideias que vamos escrevendo”.

A cumplicidade que une os três soma-se a “uma química musical muito forte o que faz com que as coisas aconteçam naturalmente”. Miguel Cristovinho é o mais novo! Mas Kasha e Miguel Coimbra já são velhos amigos e estudaram juntos do 1.°ao 10.°ano, usando as aulas de português para escreverem cantigas que depois serviam de motivo de competição entre eles. Foi nessa altura que D.A.M.A. nasceu, inspirando a carreira artística catapultada pelo Sudoeste há dois anos, firmada o ano passado nas Festas do Mar, em Cascais, e selada por um contrato com a Glam Music, para nunca parar.

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Fotos: Move Notícias