De chorar por mais

Almocreve

A História do Almocreve

Dizem que o Almocreve, em Baião, era homem de labor e de trabalho. Um nortenho à antiga que sabia que o trabalho liberta e dignifica o homem verdadeiro.
Antes de a madrugada aparecer, já o almocreve aparavelhava os bichos e seguia o seu caminho.
Deixava a mulher e as 5 filhas dedicadas às lides da casa que foram apurando, à volta da ara da cozinha, numa cumplicidade só delas, mas fazendo ressuscitar as tradições da terra que tantas eram, mesmo que algumas estivessem esquecidas no tempo.

Mais tarde surge, desse laborioso e prolongado encontro o projecto do Almocreve que começou com um restaurante que rapidamente granjeou fama em Baião e que hoje se estende por um projecto turístico que não esquece a gastronomia mas se projecta para outras ambições.

Mas esta é uma rubrica de gastronomia e por isso o que interessa são os “comeres e os beberes” do Almocreve.

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À frente da Lista não deixe de experimentar o anho assado (o ícone gastronómico do Concelho) mailo o seu arroz de forno, onde o chibo, nas brasas lentas do forno vai deixando cair a sua gordura, até abrir e apurar num prato de sonho.

As favas e o frango corado rememoriam a história incrível de Jacinto que regressado da sofisticação de Paris se reconcilia, refastelado, com um arroz de favas e uma galinha alourada que o reaproxima da terra pátria e daquele Douro porque logo se apaixonou.

Não perca ainda o assado de vitela arouquesa, uma marca que o Município tem apoiado e que tem a qualidade que chegue para se afirmar como um dos grandes produtos desta área. O bacalhau, serve-se também de muitas maneiras e, todas elas, são amáveis e feitas com a textura e a qualidade e quem tão bem trata o bacalhau.

As papas que aqui levam o nome de zalavaque, são dos segredos bem guardados da terra que valem a pena a deslocação ao almocreve.

Ponto alto é o dos enxidos e das alheiras, servidas com grelos e batata cozida e escorridas em cima de uma torrada de pão de centeio. Coisas do paraíso que só a paixão maternal das tantas mulheres que o almocreve deixou a tratar da casa, conseguem explicar.

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À frente de tudo está a Alexandra. Arquitecta de profissão, não esconde o brilho nos olhos quando se fala da sua terra e do Almocreve que ajudou a crescer.

A vitela, a posta arouquesa, o bacalhau de puré caseiro e tantas outras iguarias, compõem um menu equilibrado e de excelentes texturas e paladares.

Os vinhos são os da região com um palhete da Quinta do Ferrado e o famoso vinho ou espumante de Tormes. Mas, claro há muitas outras propostas, onde a casta avesso, única no mundo, e a fama do palhete não podem ser descuradas.

As sobremesas são de boa estirpe, na tradição regional dos bolos secos e das fatias douradas, aqui chamadas de doces de Teixeira.

Prove tudo, deste Douro Verde, feito amoravelmente das mulheres que o Almocreve deixava a tratarem da casa.

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RESTAURANTE ALMOCREVE
Rua da Serração
Portela do Gôve
4640-270 Baião
Tlf.: 255 551 226
E-mail: [email protected]