Tozé Santos e Sá

Advogado

Galas

Estão na moda as realizações de galas, nome pomposo para algo que não passa de pretexto para quem quer aparecer.

Retirem a comunicação social para cobrir os eventos e vejam quantos aparecem… Que deixem de vir uns cromos da televisão, dos quais habilmente os outros se tornam íntimos instantâneos, e vão ver que depressa se esquecem do tema da gala.

Gente desocupada, que vive às custas dos outros, passa a vida em almoços e jantares… Alguns com dificuldade lá vão pagando os vícios, tudo para manter os seus lugares de acompanhantes da alta-roda social… E têm de se manter espertos senão vem outro ocupar o lugar, não falta gente que gosta de comparecer em troca de flashes.

Vão dizendo, à boca cheia qual verdade irrefutável, até com desdém, que não querem aparecer! Quem não quer não faz, não tira, não aparece, não vai… Não há melhores concentrações para ver os que vão apenas pela foto e nunca pela causa, pois caso contrário não “ajudavam” apenas uma vez por ano.

Passam muitos dias a recorrer ao take away, comer baratinho, mas vão armar-se em ricos. Aparecem e desaparecem com a mesma rapidez com que se lhes acaba o ar. Este é o encanto… Infiltrados, mitras que tiram fotos com tudo o que mexe, cão e gato, e que “postam” de imediato, alguns com publicidade de quem os veste, como se fossem algum retorno a não ser para os próprios que lá vão conseguindo assim mais uma borla.

Vivem para o exterior, para a imagem… Que sejam felizes…

Pior que estes tesos que andam de borla, ou remediados que deram o golpe, só mesmo os que nem isso alcançam.

Para muitos é frustrante nem sequer chegar à concentração do croquete que se assume e, por isso preferem dizem mal até ao dia em que finalmente se conseguem infiltrar. Neste mundo, é tudo uma questão de tempo e sobretudo de sorriso graxista e hipócrita. Criticam o croquete, mas querem, querem muito, só querem… Seguem-se todos nas redes sociais, conhecem-se todos e de tudo fazem para aparecer numa foto.

Não são convidados mas ligam a pedir convites. Como se fossem VIP’s, querem borlas e poder frequentar os mesmos locais dos seus ídolos é uma vitória. Na cabeça deles merecem, e como o Conde Ferreira já não dá para todos, andam com carta de alforria.

Por onde passam deixam rastro de destruição de princípios e valores, mas andam aí como se fossem gente. Valham-nos os beneméritos e aqueles que fazem estes eventos com um propósito conseguido com mérito.

Vou ali, à gala tirar um apontamento… Até terça!