Gilda Mendes

Empresária e Gestora de Eventos

Aldeias com Futuro

Lugarejos do passado e do futuro!

A campanha que contagiou o país há uns anos atrás chamou a atenção para tantos sítios singulares no nosso país. O “Vá para fora cá dentro” foi uma daquelas frases que marcou posição e glorificou tantos lugares que temos, tão perto de nós, mas que muito provavelmente não valorizamos.

Aproveitando esta “deixa”… este “vá para fora cá dentro” pode ter agora uma nova perspetiva, um novo protagonismo. Já viram a quantidade de aldeias portuguesas que estão tão pouco aproveitadas? Tanto pela fraca aposta e fraca divulgação da qualidade dos produtos aos quais servem de berço, como pelo grande potencial turístico que têm e não está explorado?
Não é só o Porto que está na moda, Portugal também está. E se apostássemos mais nestas “forças” adormecidas? Tantos de nós se sentem forçados a irem para fora e levam o grande potencial português para outras paragens. Tantos que não vêm soluções no mercado nacional…. Esgotado… e se estas aldeias fossem um novo futuro? Uma nova onda de “emigrantes” e “imigrantes” internos!

Nascem projetos com modelos de apoio que nos ajudam a dar os primeiros passos, a dificuldade é, por vezes, não chegarem a quem procura. Hoje o agricultor que ouvimos falar, é um novo agricultor, é uma nova onda de “agricultar” moderna, dinâmica cheia de marketers a pensarem e a comunicarem bons produtos tradicionais mas cheios de charme que só podem ganhar pontos no posicionamento nos mercados externos. Não é possível não estarem nos primeiros!
Num país que está na moda é mais um reforço em voga. O potencial do turismo também cresce. Cada vez mais quem nos visita quer conhecer os espaços mais recônditos os prazeres mais secretos. Estas Aldeias também têm esse futuro! Um futuro contagiante e sedutor que acolhe estes novos turistas onde, felizmente, também estão incluídos muitos de nós.

Se na aldeia há terrenos podem estar disponíveis para explorar, se na aldeia há produtos podem estar disponíveis para promover e vender, se na aldeia há rio, casas perdidas e gente acolhedora, está certamente disponível para receber! A promoção do turismo local tem uma nova perspetiva de promoção com uma facilidade nunca antes vivida na proximidade ao turismo internacional. Os meios digitais conseguem chegar, hoje, onde há uns anos atrás só seria possível com investimentos de milhões.

Já imaginaram transformarmos uma, duas, três, várias das nossas aldeias numa aldeia, com e do futuro? Uma aldeia que tem tudo com aquela qualidade que idealizamos mas com uma imagem reinventada e com uma projeção internacional? Com centros que apostem em nós e em quem quer apostar num novo futuro. Já há novas vidas nestas aldeias mas ainda há tantas por explorar.

Podemos crescer “para os lados” não é para cima, ou para baixo. Ainda temos tanta coisa boa para explorar. Robin Jenkins escreveu sobre uma aldeia portuguesa: “Há uma grande riqueza de conhecimentos nas casinhas lá em baixo, que dentro de poucos anos se perderá para sempre.” Nestas circunstâncias prefiro ouvir frases como a de Lavoisier… “nada se perde, tudo se transforma” mesmo que não se tratem apenas de obras da natureza. São nossas, são boas e hoje estão tão perto. Além de renascerem, podem fazer renascer a vida de muitos.