Saúde & bem-estar

Serão as bebidas energéticas um “combustível” saudável?

Uma equipa de investigadores da Organização Mundial de Saúde (OMS), sem fazer “recomendações oficiais”, deu a conhecer as suas preocupações com o consumo de bebidas energéticas, num estudo publicado na revista “Frontiers in Public Health”. Estas preocupações, referem também a prática desportiva associada ao consumo de bebidas energéticas mas também as misturas com bebidas alcoólicas.

Esta equipa europeia de investigadores na área da nutrição, liderada pelo português João Breda, sugere que a “preocupação da comunidade científica e do público relativamente aos potenciais efeitos adversos para a saúde do incremento do consumo de bebidas energéticas é válido em linhas gerais”. Para estes investigadores, a certeza é que são necessários mais estudos sobre estas bebidas.

Em 1962, a japonesa Taisho introduziu no mercado o Lipovitan D, uma bebida energética com alto teor de taurina e cafeína. Recorda o El Pais que nos anos 80, em particular no Japão, estas bebidas ganharam fama como ‘combustível’ para ritmos de trabalho “demencial”. O rendimento é também o argumento das campanhas publicitárias. O receio é que possam existir riscos para a saúde pública.

O Lipovitan D foi a primeira num mercado que hoje conta com mais marcas, as quais têm cada vez maior aceitação entre os jovens. A preocupação está no conteúdo – o tal alto teor de cafeína e taurina. E na falta de estudos sobre os possíveis efeitos a longo prazo.

Embora a cafeína, contida nestas bebidas, seja apontada como a principal origem de riscos para a saúde – e o consumo excessivo de cafeína pode ter sintomas como palpitações e hipertensão – onde a falta de estudos é maior é precisamente nas ‘combinações’ que são feitas.

Um estudo de 2013, da EFSA, a agência europeia para a segurança alimentar, referia que 30% dos adultos entre os 18 e os 65 anos, 68% dos jovens entre os 10 e os 18 e cerca de 18% das crianças entre os três e os 10 anos de idade consumia uma destas bebidas, pelo menos uma vez por ano.

Entre os adolescentes, 41% dos que consomem estas bebidas pratica desporto, alerta um outro estudo, citado pelo Público. Além do mais, 70% dos jovens europeus entre os 18 e os 29 anos já provou este tipo de misturas que podem dar “uma falsa sensação de resistência ao álcool.

Pese embora as recomendações não serem oficiais, estes investigadores alertam ainda para os efeitos do marketing, muitas vezes direcionado para um público mais jovem. É precisamente este marketing que tem apostado no consumo associado à prática desportiva, uma relação que, alertam os especialistas, ainda carece estudos que confirmem se se trata de uma relação positiva ou, na verdade, pouco saudável.

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