Cultura

Museu Vieira da Silva celebra 20 anos com exposição

O Museu da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva (FASVS), em Lisboa, vai celebrar na quinta-feira, dia 30, vinte anos de abertura ao público com uma exposição que faz o balanço da atividade de duas décadas.

De acordo com a FASVS, as celebrações vão prolongar-se durante um ano com um programa que inclui a organização de conferências, a exibição de filmes e outras iniciativas que a entidade irá divulgar posteriormente.

A mostra – que assinala os 20 anos da abertura do museu e os 25 anos da criação da fundação em nome da artista e do seu marido, também artista – vai reunir obras de arte, depoimentos de artistas e curadores, artigos de imprensa, fotografias e outra documentação.

O objetivo desta exposição organizada cronologicamente é revisitar as exposições realizadas em Portugal e no estrangeiro, entre 1994 e 2014, e outras atividades paralelas como a atribuição de prémios, lançamento de edições e conferências.

“Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva: 20 Anos” é o título da mostra que contará com um catálogo ilustrado com documentação relativa às atividades da instituição, fotografias, artigos de imprensa e depoimentos.

Criada ainda em vida de Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992), uma das mais importantes pintoras portuguesas, e instituída por decreto-lei em 10 de maio de 1990, a FASVS tem como missão garantir a existência de um espaço, em Portugal, onde o público possa contactar permanentemente com a obra dos dois pintores.

Quando França sofreu a ocupação nazi, na Segunda Guerra Mundial, o casal tentou viver em Portugal, mas António Oliveira Salazar, presidente do Governo da ditadura, retirou a nacionalidade portuguesa à pintora e a Szenes, cidadão húngaro de ascendência judia.

Vieira da Silva e Arpad partiram então para o Brasil onde estiveram exilados entre 1940 e 1947, permanecendo apátridas até 1956, ano em que lhes foi concedida a nacionalidade francesa.

O Museu Arpad Szenes – Vieira da Silva foi inaugurado a 3 de novembro de 1994, num edifício da Praça das Amoreiras, cedido pela Câmara Municipal de Lisboa. A Fundação Calouste Gulbenkian custeou as obras de remodelação e a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento apoiou, na área da investigação.

A coleção do museu cobre um vasto período da produção de pintura e desenho do casal: de 1911 a 1985, para Arpad Szenes (1897-1985), e de 1926 a 1986, para Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992).

Também foi desejo de Vieira da Silva legar um espaço de investigação aberto ao público, cumprido com a criação do Centro de Documentação e Investigação que, além de desenvolver pesquisas internamente, tem acolhido investigadores portugueses e estrangeiros.

Na rua João Penha, ao Alto de São Francisco, junto à praça das Amoreiras e ao museu, está também aberta ao público a antiga casa-atelier da pintora, com uma programação própria de exposições e conferências, acolhimento de atividades propostas pela comunidade e residências para artistas e investigadores.

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