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Morte de Brittany Maynard gera polémica

Brittany Maynard, uma doente terminal com um cancro cerebral, anunciou no dia 6 de outubro, que escolheu morrer no próximo dia 1 de novembro. Uma história que comoveu muitos, mas que também revoltou várias pessoas.

Um deles foi o médico Ira Byock, um especialista em cuidados paliativos que é contra as leis que autorizem os doentes a decidir como querem morrer, e que fez várias declarações em televisões e rádios norte-americanas sobre o assunto.

“Eu estou solidário com Brittany Maynard”, afirmou o especialista ao canal de televisão PBS. “Mas quero assegurar às pessoas que ela pode receber excelentes cuidados e ser-lhe-ia assegurada uma morte tranquila, na sua cama, com a sua família”, acrescentou.

Maynard, de 29 anos, não demorou muito a reagir e acusou o especialista de fazer declarações falsas: “Enquanto doente terminal, acho que é uma falta de respeito e é perturbador quando as pessoas falam sobre a minha saúde com pormenores que não são verdadeiros. Infelizmente, (essa morte tranquila) só viria depois de muito tempo, com um grande período de sofrimento (físico e emocional)”.

Ira Byock acusou mesmo a Compassion & Choices, uma organização não-governamental que promove a escolha da morte por parte dos pacientes e através da qual Brittany fez o seu anúncio, de estar a explorar mediaticamente a doente e a sua situação: “Fico preocupado com o que pode acontecer se ela quiser viver no dia 1 de Novembro. Vai sentir-se obrigada a pôr termo à vida para corresponder às expectativas do público?”

Uma acusação que Maynard nega, garantindo que a escolha é sua: “O dia é escolha minha. Tenho o direito de mudar de ideias a qualquer momento”.

Recorde-se que a jovem viu ser-lhe diagnosticado um tumor em janeiro. Depois de um prognóstico inicial que lhe dizia que podia sobreviver entre três e dez anos, foi-lhe dito mais tarde que teria apenas seis meses de vida.

Devastados com a notícia, Brittany e o marido, que são da Califórnia, mudaram-se para Oregon porque este Estado permite aos doentes terminais porem fim à sua vida com medicamentos letais prescritos pelo médico.

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