Saúde & bem-estar

Pré-diabetes aumenta risco de ter diferentes tipos de cancro

Pessoas com níveis elevados de açúcar no sangue, consideradas pré-diabéticas, correm mais risco de desenvolver cancro da mama, estômago, fígado e endométrio do que àquelas sem essa condição de saúde, segundo um estudo divulgado na revista médica “Diabetologia”.

Tais evidências foram observadas após uma análise de 16 pesquisas sobre diabetes – quatro da Ásia, 11 dos Estados Unidos e da Europa, e uma de África – que envolveram a participação de quase 900 mil pessoas. A partir delas, investigadores da Sun Yat-sen University Cancer Center, em Guangzhou, verificaram o risco da glicemia alta relacionado com vários tipos de cancro.

A diabetes é uma doença que se caracteriza pela deficiência na produção ou acção da insulina, que provoca o aumento do nível de açúcar no sangue. Embora o pré-diabético tenha excesso de açúcar no sangue, não tem a doença. De acordo com o estudo, o risco de desenvolver cancro mostrou-se 15% maior entre pré-diabéticos. Entre as pessoas pré-diabéticas com excesso de peso ou obesidade, o risco subiu para 22%.

Ainda segundo o estudo, os pré-diabéticos mostraram-se duas vezes mais propensos a desenvolver cancro do fígado, 60% mais propensos a desenvolver cancro endometrial e 50% mais propensos a desenvolver cancro do estômago ou cólon, que pessoas com glicemia considerada adequada. O alto nível de açúcar no sangue também foi relacionado com um risco 20% maior de desenvolver cancro da mama.

A resistência à insulina é uma das causas que pode explicar o risco, já que o quadro pode resultar na secreção de proteínas semelhantes às da insulina, que podem promover o crescimento de células cancerígenas.

A pesquisa leva em conta também características genéticas que fazem algumas pessoas serem mais propensas a desenvolver tanto a pré-diabetes como um cancro.

Manter uma dieta saudável e fazer exercício regularmente ajudam a reduzir o risco de progressão para a diabetes e mesmo o controlo da doença.

Para os diabéticos, são indicados tratamentos que incluem o aumento da actividade física e uma alteração da dieta, aliados à administração da insulina e de medicamentos orais para reduzir os níveis de açúcar no sangue.

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